Se todos os que trabalharam unidos na obra em 1844 tivessem recebido a mensagem do terceiro anjo, proclamando-a no poder do Espírito Santo, o Senhor teria agido poderosamente por meio de seus esforços. Torrentes de luz teriam sido derramadas sobre o mundo. Os habitantes da Terra teriam sido avisados há muitos anos, a obra final estaria consumada, e Cristo teria vindo para a redenção de Seu povo.
Não era vontade de Deus que os filhos de Israel vagueassem durante quarenta anos no deserto. Ele desejava levá-los diretamente à terra de Canaã e ali os estabelecer como um povo santo, feliz. Entretanto, “não puderam entrar por causa da incredulidade” (Hb 3:19). Por sua reincidência e apostasia, pereceram os impenitentes no deserto, e levantaram-se outros para entrar na Terra Prometida. De modo semelhante, não era vontade de Deus que a vinda de Cristo fosse tão demorada, e que Seu povo permanecesse tantos anos neste mundo de pecado e tristeza. A incredulidade, porém, os separou de Deus. Como se recusassem a fazer a obra que lhes havia designado, outros se levantaram para proclamar a mensagem. Usando de misericórdia para com o mundo, Jesus retarda a Sua vinda, para que pecadores possam ter oportunidade de ouvir a advertência e encontrar nEle refúgio antes que a ira de Deus seja derramada.
Hoje, como nos séculos anteriores, a apresentação de qualquer verdade que reprove os pecados da atualidade suscitará oposição. “Todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras” (Jo 3:20). Ao verem as pessoas que não podem sustentar sua atitude pelas Escrituras, muitos decidirão mantê-la a todo custo, e, com espírito mau, atacarão o caráter e intuitos dos que permanecem na defesa da verdade impopular. É o mesmo expediente que tem sido adotado em todos os tempos. Elias foi acusado de ser o perturbador de Israel; Jeremias, de traidor; Paulo, de profanador do templo. Desde aquele tempo até hoje, os que desejam ser fiéis à verdade têm sido denunciados como sediciosos, hereges ou facciosos. […]
Em vista disso, qual é o dever do mensageiro da verdade? […] Tem Deus proporcionado luz a Seus servos nesta geração? Então eles devem deixá-la brilhar ao mundo (O Grande Conflito, p. 458, 459).