O ano de 2018 deveria ter sido o meu ano de celebração! Minha família e eu estávamos ansiosos por vários eventos naquele ano: formaturas, o nascimento do nosso primeiro neto, nosso aniversário de trinta anos de casamento, novos trabalhos e o fim das prestações do financiamento de uma casa.
Queríamos estar preparados e nossa prioridade era fazer com que Gina, membro da nossa família, ficasse bem de novo. Ela estava sentindo muitas dores nas costas e tudo o que vínhamos tentando fazer não estava dando certo. Isso iria atrapalhar as nossas comemorações. Gina é planejadora de eventos e designer, trazendo sempre muita beleza para as nossas festas. A nossa tentativa seguinte seria consultar um cirurgião ortopedista. Bem, Gina é minha prima. Nossas mães são irmãs, porém, nós duas decidimos que também deveríamos ser irmãs. Por isso, é o que somos. Quando saí da minha terra natal, o Haiti, Gina era pequena. Então, quando ela se mudou para os Estados Unidos na juventude, veio morar na minha casa. Pelos vinte anos seguintes, nossa vida seria entrelaçada por um amor enorme. Ao final de 2017, Gina foi visitar alguns parentes fora da cidade e depois disso suas dores ficaram insuportáveis. Numa ida ao setor de emergência do hospital, foram feitos alguns exames e uma ressonância, que revelaram lesões na coluna – resultado de um câncer de mama em estágio IV, que havia se espalhado para o fígado e destruído alguns ossos – tudo não detectado antes!
O ano novo foi um pesadelo atrás do outro. Meu sobrinho quase tinha sido assassinado por um atirador aleatório e agora minha irmã estava lutando para permanecer viva. Eu estava confusa e com raiva, pois odiava ter que passar por outra leva de problemas. Eu oscilava entre a gratidão pela vida do meu sobrinho e a dor pela situação de saúde de Gina. A tristeza se misturava com a alegria e eu me sentia sobrecarregada pelas duas! A dor estava sufocando a família toda.
Uma amiga que tinha perdido uma filha tentava me animar, afirmando que todas as coisas cooperam para o bem, mesmo que não possamos compreender no momento. Eu peguei a fé da minha amiga emprestada e passei a ver a mão de Deus na bondade dos médicos, das enfermeiras e até de estranhos, nas orações de outras pessoas, na com- paixão da família e dos amigos, e também nas pequenas vitórias e nos grandes milagres.
Atualmente, variamos entre lutas e celebrações, além de respirarmos após cada resultado de exame. A incerteza tornou-se a nossa casa, porém, entregamos todo o controle nas mãos de Deus, pois Ele irá agir para o nosso bem. Oro para que você também creia que Deus trabalha para o seu bem.
Rose Joseph Thomas