Descartáveis. Eles fazem parte do nosso dia a dia: copos, talheres, sacolas, embalagens, canudos. Estamos cercados por eles. Embora tenham facilitado nossa vida, constituem 70% do lixo marinho. Pensamos erroneamente que nos livramos deles em poucos instantes, mas eles sempre vão para algum lugar longe dos nossos olhos.
E quando pessoas se tornam descartáveis? E quando nós somos essas pessoas? As pessoas se tornam descartáveis quando adotam um estilo de relacionamento “amoroso” relâmpago popularmente conhecido como “ficar”. Nessa nova modalidade, duas pessoas se tocam, trocam carícias e intimidades, usam uma à outra e depois se descartam, como se não tivessem nenhum valor. Tratam-se como se fossem apenas embalagens que contêm hormônios e sensações. Ficar é transformar relacionamento em entretenimento. É prostituição gratuita. Quem fica coloca a sensação acima do relacionamento, fazendo da vida uma colcha de retalhos emocionais.
Essa atitude desgasta a capacidade de amar e faz dos outros apenas objetos de prazer. Certamente não foi isso que Deus sonhou para Seus filhos e filhas. Muitos se entregam a esse tipo de relacionamento instantâneo por medo de se decepcionar ou pela frustração com outros relacionamentos. O que não sabem é que, enquanto tentam guardar o seu coração, estão desumanizando-o. Pelo medo de sofrer, privam-se de encontrar a verdadeira alegria e o amor autêntico.
Uma vida voltada para a satisfação dos desejos da carne é oposta ao evangelho (Gl 5:16-19, 24) e torna o indivíduo um mero escravo do prazer. Quem fica se esquece de que seu corpo é o santuário do Espírito Santo (1Co 6:18, 19), propriedade de Deus, que deve ser glorificado em nós (1Co 6:20).
Ellen G. White disse: “Brincar com corações não é um crime de pequena magnitude aos olhos de um Deus santo” (O Lar Adventista, p. 44 [57]). Se essa prática autodestrutiva faz parte de sua vida, é hora de reavaliar e fazer as escolhas certas.