Adão e Eva perderam o Éden por deliberada rebelião às justas ordens divinas. Assim que pecaram, a culpa legítima pesava tanto que, ao perceberem a presença de Deus no jardim, fugiram para um local mais afastado possível. Deus foi atrás deles, e os fez perceber nitidamente a gravidade da desobediência. Tudo estava claro diante deles. Não tinham como negar nem desculpar o pecado.
O maior remédio para a culpa não é, primeiramente, o perdão, mas o arrependimento. No entanto, em vez de demonstrá-lo, os seres humanos apropriaram-se da forma mais comum até hoje de se livrar de uma culpa: colocá-la sobre outro.
Adão começou a dar desculpas culpando Eva e, indiretamente, a Deus, que a criara. Quando Eva foi interrogada, culpou a serpente e, indiretamente, a Deus, que criara a serpente e a deixara entrar no Éden.
A tentativa de livrar-se da culpa legítima, ou o “espírito de justificação própria se originou com o pai da mentira; foi alimentado por nossos primeiros pais logo que se renderam à influência de Satanás, e tem sido apresentado por todos os filhos e filhas de Adão. Em vez de confessar humildemente os pecados, procuram se defender, lançando a culpa sobre outros, sobre as circunstâncias ou sobre Deus, fazendo até mesmo de Suas bênçãos um motivo para murmuração contra Ele” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 58).
A desculpa tem um foco externo, justificando, segundo Renata Jubram, “sua inoperância (falta de protagonismo) perante a vida profissional, pessoal, espiritual. Pouco a pouco essa atitude se espalha, gerando desavença e desarmonia. O que torna as pessoas cada vez mais infelizes (e novamente mais necessitadas de antidepressivos), à medida que o clima de acusações contamina o ambiente, se sobrepondo ao prazer da troca e da cooperação”.
O hábito comum de (des)culpar-se tira a concentração necessária para obter soluções efetivas que os problemas necessitam. Como o culpado nunca é o próprio indivíduo, ele nunca agirá para corrigir seu erro.
Se há em sua vida culpas legítimas, reconheça-as diante de Jesus para receber Seu perdão, e mantenha-se ao alcance de Sua graça.