Era o último dia de aula antes das férias de julho do ano de 1996. Estava feliz por ter tido um semestre produtivo como professora da Rede Adventista e, acima de tudo, porque viajaríamos, o que sempre unia nossa família e recarregava nossas energias. Mas algo modificou tudo. Minha filhinha Daniela, de apenas 3 anos, teve febre muito alta à noite. Depois de ter dado banhos mornos durante a madrugada, achamos melhor levá-la ao hospital. Eu disse ao meu esposo que iria sozinha, pois não devia ser nada grave. Eram aproximadamente 5h da manhã quando a plantonista disse ser uma virose e que poderíamos voltar para casa.
Fiquei aliviada, pois ainda conseguiria chegar a tempo ao colégio. Mas, ao chegar à porta de saída, uma enfermeira, a quem até hoje chamo de “anjo”, me parou e perguntou se eu aceitava que ela fizesse uns tratamentos hidroterápicos na menina para abaixar a febre. Concordei.
Assim que ela tirou a roupa da Daniela, começou a gritar que havia petéquias. Eu entendia petecas, mas, na verdade, isso não fazia sentido para mim. Retiraram-me da sala, colocaram-me uma máscara e levaram minha menininha. O diagnóstico era Meningite Meningocócica. Naquele hospital não havia UTI infantil, então nos encaminharam para um outro. No caminho, ouvi: “Apressem-se; a menina vai entrar em óbito.”
Não dava para acreditar. Eu tinha acabado de resolver uma papelada para renovação do cemitério. Será que teríamos de enterrar nossa amada filhinha? Foram 28 dias de internação. Graças a Deus, a Dani se restabeleceu sem nenhuma sequela. Louvo a Deus todos os dias pela vida da minha filha. Louvo a Deus pelas inúmeras orações feitas por nossos amigos e até mesmo por pessoas que nem conhecíamos. Meu esposo era diretor em um de nossos colégios e, na época, sem redes sociais, o telefone da secretaria tocava direto dizendo que havia
mais pessoas orando por nós. Isso nos fortalecia e nos tirava do fundo do poço.
Tudo passou. O tempo passou. Ainda hoje falo para minha filha que Deus tem um propósito muito importante para a vida dela. E nós somos muito gratos pelo milagre realizado. Independentemente do resultado, sabíamos que estávamos nas mãos do grande Mestre. Realmente, o Senhor responde ao aflito e necessitado. Somos prova disso!
Margarida Lopes Serpa