Quando os escritores bíblicos queriam destacar alguma verdade, costumavam repeti-la. Isso pode ser visto em Daniel 4. Nele, o rei Nabucodonosor descreve o sonho em que viu “uma árvore no meio da Terra, cuja altura era enorme. A árvore cresceu e se tornou forte, de maneira que a sua altura chegou até o céu; ela podia ser vista desde os confins da Terra” (v. 10, 11). Logo é dada a interpretação por Daniel: essa árvore representava o rei e seu domínio (v. 22).
No relato, por três vezes é dito que “O Altíssimo tem domínio sobre os reinos do mundo e os dá a quem Ele quer” (v. 17, 25, 32). Também em Daniel 5, que relembra o fato, mais uma vez aparece a mesma expressão (v. 21). Portanto, essa repetição está destacando uma grande verdade.
Esse domínio de Deus sobre as nações pode ser visto nas profecias que tratam de Nínive. Essa cidade fora fundada sobre as margens do rio Tigre, na região que hoje é parte do Iraque. Ela se tornou a capital do Império Assírio, que durante séculos dominou o mundo bíblico, antes dos quatro impérios mundiais apresentados no livro de Daniel. Seus maiores reis foram Senaqueribe, Esar-Hadom e Assurbanipal – respectivamente, pai, filho e neto. Eles reinaram por cerca de 80 anos e tiveram a crueldade como marca de seu domínio.
Uma amostra de sua brutalidade pode ser vista no reinado de Assurbanipal. Em uma de suas muitas batalhas, ele mandou rasgar as mãos e os lábios de reis derrotados. Em outra guerra, deu ordem para decepar a cabeça dos guerreiros vencidos e as empilhou na entrada da cidade. Enquanto isso, rapazes e moças eram queimados no fogo.
Quando esse império estava no auge de seu poder e glória, Deus anunciou, por meio do profeta Naum, que Ele estava ciente de todo o mal que eles faziam e que interviria de modo que sua capital seria destruída e o império, desfeito (Na 1-3). A profecia de Naum se cumpriu quando babilônios, medos e citas invadiram a capital do Império Assírio e a conquistaram.
Hoje, Deus continua a conduzir a história das nações. No momento certo, Ele intervém. Aguardamos o dia em que Ele estabelecerá Seu reino de paz, que será eterno (Dn 2:44; 7:27).