Meu pai estava separado de minha mãe fazia mais de anos. Quando ficou doente, ele decidiu nos procurar. Os exames apontaram que ele estava com câncer de esôfago, devido ao vício de fumar e beber durante mais de 6 anos. Ao fazer uma cirurgia para colocar uma sonda de alimentação, o médico disse a meu irmão que, daquele estágio, ele viveria no máximo cem dias.
Minha preocupação era com a salvação do meu pai. No setor em que trabalho, oramos juntas às horas. Pedi às minhas amigas que orassem pela conversão dele e também para que Deus me ajudasse a cuidar de meu pai. Todo o tratamento dele foi um grande milagre.
Conhecendo meu pai, sabia que falar sobre religião só aumentaria a barreira. Sabia que minha avó havia orado pela conversão dele e demais familiares durante toda a vida dela. Então decidi também orar intensamente. Coloquei no quarto dele uma televisão com acesso ao canal da TV Novo Tempo. Falei que o programa Consultório de Família era muito bom, caso ele quisesse assistir. Continuei orando e pedindo a Deus que interviesse.
Um dia, ele me disse que estava assistindo ao programa Na Mira da Verdade para ver se o homem estava falando a verdade, como a mãe dele falava. Pedi a ele para anotar se tivesse alguma coisa errada e depois me falar. Ele começou a assistir tanto ao programa como à reprise. Nesse meio-tempo, meu pai fez químio e radioterapia. Passaram-se quatro meses. Então um dia ele me chamou. Disse que queria uma Bíblia com letra grande. Comprei e dei a ele. Passados alguns dias, ele disse que queria estudar a Bíblia. Chamei um amigo que era funcionário da CPB e que estava de licença médica. Ele teria tempo para fazer um estudo rápido quase todas as tardes, pois meu pai tinha pressa em estudar tudo.
Ao terminar o estudo, meu pai pediu para ser batizado. Chamei o pastor Wilson Sarli, que era amigo da minha avó, Ernestina Leite, e que conhecia nossa família havia muito tempo. Meu pai foi recebido por proissão de fé e também foi ungido, pois ele não poderia ir à igreja. Ele viveu em minha casa durante um ano e dois meses. Acredito que Deus conduziu as coisas para que meu pai viesse para Tatuí, se convertesse e se preparasse para a volta de Jesus, respondendo assim às nossas orações e às de minha avó. Sentimos que Deus estava no comando de tudo durante todo o tempo da vida dele. Meu pai descansou em paz, sem sofrimento.
Ao passarmos pelos momentos mais difíceis, durante todo o tratamento e quando ele veio a falecer, sentimos que Deus foi nosso refúgio e nossa fortaleza. Foi Ele que nos susteve em todos os momentos.
Sunamita de Souza Leite