Meu pai faleceu quando eu tinha 13 anos de idade. A partir dali, desliguei minhas emoções. Desliguei um interruptor sem saber como ligá-lo novamente. Não derramei uma única lágrima. Na época, eu não sabia, mas é claro que estava deprimida. Dormi durante um ano inteiro, mal comia ou falava. Tirei notas muito baixas, mas, pela graça de Deus, consegui entrar no ensino médio e sair dele. Hoje, quando olho para trás, acho que essa era a única maneira que eu tinha de lidar com a situação. Estava sofrendo tanto que me fechei para evitar ser ferida novamente. Eu excluía todo mundo.
Nos anos que se seguiram, houve momentos em que tudo o que eu queria era chorar, mas as lágrimas não vinham. Sentia muita culpa por não experimentar a mesma tristeza de minha mãe e minha irmã.
No verão anterior ao meu primeiro ano na universidade, voltei a me ajoelhar pela primeira vez em anos. Parecia errado. Parecia que ninguém estava ouvindo, mas passei horas soluçando incontrolavelmente. Naquela noite, percebi que eu não estava triste. Eu estava com raiva. Estava com raiva de Deus. Ele era o único que poderia ter respondido às minhas orações e mantido minha família intacta.
Naquela mesma noite, orei pedindo perdão. Pedi ajuda para lidar com toda a raiva e amargura que havia guardado por anos. Pedi que Deus continuasse me apoiando durante meus anos na universidade. Somente Ele poderia abrir todas as portas que eu acreditava estarem fechadas e permitir que eu frequentasse uma universidade onde pudesse não apenas receber educação, mas também fortalecer meu relacionamento com Cristo. Ele foi o único que compreendeu plenamente o sofrimento do meu pai durante a doença, seus pensamentos mais íntimos e sua vida espiritual. Ele sabia quando era a hora certa do meu pai fechar os olhos e dormir.
Deus é o único que reunirá minha família mais uma vez no Céu. Ele esteve ao meu lado a cada passo do caminho, esperando pacientemente que eu me abrisse e permitisse que o processo de cura começasse. Ele permaneceu ao meu lado enquanto eu me afastava durante meu primeiro ano na universidade e permanecerá ao meu lado enquanto continuo minha jornada escolar e espiritual.
Aiyana Duran