Entrei no hospital onde trabalho como assistente voluntária da capelania. O plano era passar por uma angiografia cerebral e ir para casa após seis a oito horas. Eu andava sentindo tonturas e uma dor no lado direito da cabeça. Uma biópsia anterior da artéria havia supostamente descartado uma arterite temporal. Uma tomografia computadorizada posterior revelou a aparência de um leve aneurisma. Então, ali estava eu para outro exame.
Durante o exame, dois derrames (um neurologista me contou posteriormente) apagaram por completo minhas habilidades motoras. Eu não conseguia digitar, trabalhar, passar o aspirador de pó, cozinhar ou mesmo pensar direito. Entre outras coisas, precisei aprender a andar de novo.
Eu estivera trabalhando 15 horas por dia, assim como os contadores fazem na época da entrega da declaração do imposto de renda. Andava privada de sono e espiritualmente subnutrida. Meu tempo pessoal com Deus era uma rápida leitura de um livro devocional cada manhã, enquanto minhas orações da noite com frequência terminavam quando eu caía em um sono profundo – praticamente tão logo começava a orar.
Tentei encontrar um raio de esperança nesse contratempo do derrame duplo. Para início de conversa, ele me tornou uma capelã melhor. Quando o meu pastor e o capelão pago pelo hospital chegaram para me visitar e orar por mim, tudo o que pude fazer foi abrir os olhos, olhar para eles e fechar os olhos de novo. Agora, quando entro no quarto de pacientes e eles não reagem, percebo que isso não significa que não me queiram ali ou que não amem a Deus. Eles, simplesmente, estão muito enfermos!
Segundo, aprendi uma administração melhor de relacionamentos. Zangada e triste porque membros da família me ignoravam, consultei um conselheiro cristão e aprendi que eu havia admitido, dentro do meu círculo íntimo, pessoas que não pertenciam a ele. As pessoas que eu mais conhecia não se mostravam disponíveis. Contudo, pessoas que eu mal conhecia vinham me ajudar. Aprendi a reajustar relacionamentos de acordo com a realidade. Após um mês de fisioterapia, abandonei o andador e a bengala de quatro apoios. Via tudo sob uma luz diferente, como se eu tivesse outra chance de viver. Eu não podia andar, e agora posso!
Você não precisa passar por dois derrames em um mês para se beneficiar das lições que aprendi. Se você está espiritualmente privada (e fisicamente sobrecarregada), não pode ser uma bênção para os outros. Observe sua nutrição sob o ponto de vista espiritual – e adapte-se de acordo com a realidade.
Patricia Hook Rhyndress Bodi