Sexta-feira
24 de janeiro
DUAS MIL E QUINHENTAS VIDAS
O servo prostrou-se diante dele e implorou: “Tem paciência comigo, e tudo te pagarei.” O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. Mateus 18:26, 27

Nos dias de Jesus, o perdão era incentivado, porém, dentro de um limite aceitável: até três vezes. Foi quando Lhe perguntaram sobre quantas vezes se deveria perdoar alguém que Ele inflacionou a conta do perdão em uma parábola que causa incômodo até os dias atuais. 

Um homem devia 10 mil talentos a um soberano. Essa é uma fortuna quase impossível de se imaginar. Fazendo o cálculo de pesos e medidas usados naquela época, a Bíblia Andrews apresenta o resultado de que a dívida daquele homem era equivalente a 60 milhões de dias de trabalho. Um trabalhador demoraria 164 mil anos para quitar a dívida. 

Portanto, aquele homem devia quase 2,5 mil vidas de trabalho ao patrão! E, de uma hora para outra, a dívida foi perdoada! Pouco depois, lá estava o recém-perdoado agredindo um pobre coitado que lhe devia uma mixaria de 100 denários, ou 100 dias de trabalho. O que ele faz? Cobra cada mísero centavo! 

O perdão é a constatação de que o futuro venceu o passado. É a esperança sendo colocada acima do fracasso. Perdoar também é um ato de empatia. No reino anunciado por Jesus, a misericórdia que exercemos tem relação com a maneira como seremos julgados. 

“Somente os fortes têm a capacidade de perdoar.” Quem disse isso? Gandhi. Ele não era cristão. Impressiona-me que, às vezes, as pessoas que não aceitaram Jesus como Senhor de sua vida tenham mais fé no perdão que nós, que provamos o perdão divino. 

Na parábola, o homem devia o equivalente a 2,5 mil vidas de trabalho. Assim é o nosso débito: impagável! Contudo, o preço de uma única vida pagou a dívida de bilhões. 

Ao ligar a cena dessa parábola com as imagens do juízo final, Cristo nos mostra que só receberá perdão aquele que perdoar. A resposta ideal ao evangelho é perdoar como Deus nos perdoa. É tratar os outros como Jesus nos ensina e lembrar que errar é humano, mas oferecer o perdão é divino.