Eu tive muitas lutas durante a infância. Meu pai morreu quando eu tinha quatro anos de idade. Minha mãe, que estava desempregada, não tinha recursos para cuidar dos meus irmãos mais velhos e de mim. Assim, fui adotada por uma mulher maravilhosa que me confiou aos cuidados da sua irmã. Aquele dia marcou o início da minha jornada de vida. As pessoas naquela casa me consideravam imunda e incorrigível, a ponto de não me permitirem usar os utensílios domésticos. Por isso, eu me tornei uma criança solitária, sem nenhum ombro amigo. Eu não podia compartilhar minha humilhação com a minha mãe adotiva, pois ela vivia longe e, eventualmente, viajava para o exterior. Eu não tinha ninguém para quem contar as minhas tristezas, a não ser Deus.

A única coisa que me fazia continuar minha jornada, apesar das experiências amargas, era minha esperança em Deus e meu bom desempenho acadêmico, que deixava meus professores encantados. Às vezes, eu lavava as poucas roupas que tinha. Daí, ficava nua no meu quartinho, esperando que elas secassem para eu poder usá-las novamente. Não recebia nenhuma correspondência da minha mãe. Mas, apesar de nem sempre ter comida ou roupas suficientes, eu nunca desistia. Eu acreditava que um dia os meus fardos seriam carregados – para a glória de Deus – se eu permanecesse fiel a Ele.

Curiosamente foi minha mãe adotiva quem me apresentou Deus. Eu me deleitava em adorá-Lo. Participar da adoração e das atividades da igreja acabou se tornando parte de mim, porque eu amava a história da redenção e principalmente a liberdade que eu encontrava em Jesus. Sempre ansiei pela volta de Cristo, que acabará com todo o sofrimento e a dor humana. Eu orava e buscava a face do Todo-Poderoso diariamente.

Certa vez, pude fazer uma visita casual à minha mãe. Quando vi o quanto a pobreza a havia consumido, passei a noite toda chorando. Naquela visita, meus sonhos de viver com ela foram destruídos, mas Deus ainda tinha um plano para a minha vida… que aconteceria no tempo Dele.

Quando terminei o ensino médio, fui convidada a morar na casa do filho da mulher que havia me adotado. Depois de seis meses, ele me deu um formulário de inscrição para uma universidade. Ali começou minha “história de sucesso”. Graças a Deus, consegui meu diploma universitário e comecei um mestrado ainda sob Seus cuidados, tudo para a glória Dele. Aprendi que nada é difícil para o Senhor. Nosso Deus é realmente fiel.

{ Evelyn Osei-Bonsu }