O livro de Gênesis, em seus 50 capítulos, apresenta uma narrativa rica e abrangente. Cada capítulo revela aspectos importantes da história da humanidade e da sua relação com Deus.
Logo no início, um capítulo é dedicado à formação do Universo, das galáxias e da Terra. É como se uma janela se abrisse para contemplarmos a magnitude da criação. Em seguida, um capítulo é suficiente para contar a história da origem do ser humano, revelando sua criação à imagem e semelhança divinas. Ao avançar, encontramos dois capítulos que narram a gênese do pecado e suas consequências no núcleo da primeira família. Mais adiante, são dedicados quatro capítulos para descrever o maior cataclismo global da história: o dilúvio. Uma história marcada pela destruição e pelo renascimento. Na sequência, em apenas um capítulo, somos levados à história da afrontosa rebelião contra Deus na Torre de Babel, em que a soberba humana confronta a compaixão divina.
É então que chegamos a uma sequência de 12 capítulos, o que significa pelo menos 350 versos, que foram dedicados a contar a história de um jovem cujo coração abrigava os sonhos de Deus. Isso é impressionante! O Gênesis abrange mais de dois milênios de história. Contudo, destina aproximadamente um quarto do seu texto a um século em especial: o tempo de vida de José. A história de José começa em Gênesis 37 e continua até o final do livro, tornando-se a narrativa completa mais longa do Gênesis.
É notável perceber que, para Deus, contar a história de um jovem fiel é mais empolgante do que falar sobre a formação das galáxias. José não se tornou um dos patriarcas nem teve uma tribo batizada com seu nome. Ele não operou milagres nem teve encontros diretos com Deus. No entanto, sua jornada como um jovem que guardava os sonhos de Deus e que se manteve fiel a todo o custo despertou a atenção divina. Não é à toa que a história de José, e sua fidelidade em meio à crise, recebe mais atenção do que a história da criação do Universo, do ser humano, do dilúvio e da Torre de Babel juntas. Definitivamente, esse jovem não foi um “Zé Ninguém”.