Não existe mistério para Sherlock Holmes. Usando métodos científicos, o carismático espião da literatura ficcional inglesa desvenda qualquer crime obscuro. O que para as pessoas comuns é assombração, para ele, não passa de algo “elementar, meu caro Watson”.
Para os seguidores de Jesus, os incríveis mistérios de Deus também podem ser conhecidos. Porém, a mente humana, contaminada com o pecado, não pode perceber a simplicidade da profundidade divina.
Desde sempre, Deus tem procurado se revelar a nós. Antes do pecado, os diálogos entre Ele e o primeiro casal eram face a face. Entretanto, depois da queda, essa relação direta foi interrompida, e Deus precisou usar outros métodos para nos ajudar a desvendar seu amor, que passou a ser algo misterioso.
A Bíblia é o resultado da iniciativa divina em nos apresentar a riqueza do conhecimento do Eterno. O que está revelado nas Escrituras, porém, não é tudo sobre Deus, porque nem a maior biblioteca do mundo poderia conter todo o infinito conhecimento a respeito dele.
O poeta captou bem essa grandeza ao dizer: “Se em tinta o mar se transformasse, / E em papel o céu também, / E a caneta ágil deslizasse, / Dizendo o que esse amor contém, / Daria fim ao grande mar, / Ao esse amor descrever, / E o céu seria mui pequeno / Pra tal relato conter (Hinário Adventista, no 31, adaptado).
Moisés, por sua vez, garante: “Há coisas que não sabemos, e elas pertencem ao Senhor, nosso Deus; mas o que Ele revelou, isto é, a sua Lei, é para nós e para os nossos descendentes, para sempre” (Deuteronômio 29:29).
O que Deus tem revelado a nós é suficiente para a salvação. Até porque Ele deu uma incrível e extravagante demonstração de si mesmo na pessoa de seu Filho Jesus. Sobre isso, o apóstolo Paulo diz: “O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora […] se manifestou aos seus santos” (Colossenses 1:26, ARA).
Enquanto vivermos aqui, vamos conviver com alguns mistérios indecifráveis para seres mortais como nós. Ainda não entendemos o surgimento do pecado no Céu, a geração de Jesus no ventre de Maria e, muito menos, compreendemos a imensidão do amor de Deus pela humanidade. Porém, como cristãos, hoje podemos ser detetives do Céu e mostrar aos outros como é “elementar” o misterioso e amoroso plano divino para nos salvar.