Sexta-feira
15 de dezembro
Eles estão lá!
Se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: “Vá daqui para lá”, e ele irá. Nada lhes será impossível. Mateus 17:20

Morávamos em Pune, Índia. Certo ano, para o Natal, decidimos ir a Hosur. Para chegar até lá, meu esposo, Gordon, nosso filho, Gerald, e eu tínhamos que viajar de trem. Alguns dias antes do Natal, um amigo nos levou de carro à estação ferroviária. Quando chegamos à plataforma, o trem começou a se mover para partir. Nosso amigo rapidamente nos empurrou na direção da porta do trem, exclamando: “Esse é o trem de vocês! Rápido, entrem! Aqui está sua bagagem!” Pusemos a bagagem no compartimento geral, onde viajam os cidadãos mais empobrecidos.

Gordon e eu nos perguntávamos por que o trem estava saindo antes do horário marcado. Dentro do trem em movimento, ele perguntou para alguém: “Este trem vai para Mangalore?” O homem respondeu que não; que seu destino era Coimbatore. Fomos aconselhados a desembarcar na grande estação seguinte, onde, como nos disseram, poderíamos fazer a conexão para o trem certo, mas “nosso” trem não estava lá. Então, embarcamos novamente no compartimento geral do primeiro trem.

Desembarcamos em outra grande estação e aguardamos nosso trem. Preocupamonos com a possibilidade de que as cabines que havíamos reservado para nossa família tivessem sido canceladas. Nos trens, na Índia, o funcionário que verifica as passagens geralmente confere os bilhetes de passageiros que embarcam em cada estação. As cabines reservadas por passageiros que não comparecem são destinadas para pessoas que não têm cabines.

Nosso trem, que chegava, parou com a porta certa do vagão certo exatamente diante de onde estávamos na plataforma. Gerald entrou e desapareceu momentaneamente. Reaparecendo no meio da multidão, exclamou: “Elas estão !” As cabines que havíamos reservado estavam ! Vazias e esperando por nós! Evidentemente, o coletor de bilhetes não havia passado durante o trajeto mais recente da viagem, de modo que nosso dormitório não fora ocupado.

– Como você sabia que nossa cabine ainda estava lá, esperando por nós? – perguntou Gordon ao nosso filho.

– Por que eu orei para que estivesse – respondeu Gerald. – Pedi que Deus mandasse o trem parar com a porta certa do vagão na nossa frente, se a cabine ainda estivesse vazia. – Eu me perguntei, ao longo do dia, por que Deus permitira esses inconvenientes em nossa vida. Para perceber a bondade dos pobres naquele compartimento geral? Sim. E quem sabe, também, para fortalecer a fé em um adolescente – meu filho!

Rosenita Christo