“Você é um gênio!”, exclama o pai para um filho inflado, depois de uma boa nota em matemática. “Sua roupa está linda hoje, amiga!”, comenta uma menina, depois de curtir a foto no Facebook. “Sermão maravilhoso, pastor!”, cumprimenta um irmão em lágrimas, para ouvir do líder a resposta corriqueira: “Louvado seja Deus!”
Qual pode ser o efeito dos elogios acima? É possível que o “gênio” tenha entendido assim o exagero do pai: “Nem precisa estudar muito, filho! Você consegue tudo com seu talento, certamente herdado de mim!” A “menina fashion do dia” pode ter traduzido da seguinte maneira o elogio: “Invejosa! Como assim, ‘linda hoje’? Ela não está valorizando minha roupa do momento, mas criticando meus looks anteriores.” O “novo Bullón” pode entender o louvor do irmão assim: “Glórias a mim! Minhas técnicas de oratória sempre funcionam!”
“Na verdade, o elogio em si não tem nada de errado. A gente é que não aprendeu a usá-lo do jeito certo. E a lambança é generalizada: disparamos elogios em casa, na escola e no trabalho sem pensar nas consequências. Os resultados de tanto paparico podem ser catastróficos. A curto prazo, o coitado que foi enaltecido pode ficar desconfortável, inseguro, ansioso”, orienta a jornalista Marisa Adán Gil.
Ellen White vai na mesma direção: “A lisonja tem sido o alimento com que se têm nutrido muitos de nossos jovens; e os que têm elogiado e lisonjeado supõem que estavam fazendo o que é correto; mas fizeram o que é errado. Os elogios, a lisonja e a condescendência têm feito mais para conduzir preciosas almas a caminhos falsos, do que qualquer outra artimanha inventada por Satanás” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 304).
No meio da multidão que estava elogiando Jesus, até poderia haver gente sincera, mas certamente a maioria estava mesmo interessada em milagres. O pior é que quem o estava elogiando não podia usar os qualificativos adequados simplesmente por não saber a verdadeira identidade do Senhor. O máximo que conseguiam era um “mestre” quando o que ele merecia mesmo era “Deus”.
Ao elogiar as pessoas, procure ser sincero, valorize as qualidades e incentive as boas práticas. Quando receber elogios, não faça deles sua recompensa final. Procure sempre melhorar. Em relação a Jesus, elogio-o com palavras e ações. Reconheça-o como Senhor e aja como servo.