Estávamos atrasados após um compromisso no fórum e não conseguiríamos tomar o veículo de transporte público entre Port Royal e Polillo. Um companheiro sugeriu que, em vez disso, tomássemos a barca em Dinahican. Se não tomássemos a barca que estava disponível, demoraríamos três dias para chegar à nossa casa. O tempo claro indicava que chegaríamos com segurança.
Embarcamos no único barco disponível. Ele devia partir às treze horas, mas só foi zarpar às catorze. Não fiquei sabendo o motivo, embora houvesse percebido, antes de embarcar, que mais e mais cargas pesadas estavam sendo trazidas a bordo – cargas como grandes blocos de gelo, ferro galvanizado, rolos de arame farpado e caixas carregadas com madeira compensada para construção.
Rhona, minha companheira de assento, e eu estávamos conversando casualmente quando o motor deu a partida e a grande embarcação se dirigiu para o oceano. De repente e sem nenhum aviso por parte do capitão, o barco inclinou-se para a esquerda e não mais se endireitou. Dentro de segundos, emborcou, despejando a nós, passageiros, dentro das águas escuras e prendendo-nos sob o casco virado. Em meio ao caos de passageiros gritando e da obscuridade visual, de algum modo vi um raio de luz solar. Nadei na direção dele e percebi que ele poderia me tirar de sob o barco e me conduzir para fora. Enquanto nadava freneticamente, ouvi o eco dos gritos de outros, que externavam seu pânico e aflição. Rhona, que afundava, foi resgatada por Resty, outra conhecida, que puxou minha companheira de assento pelo seu longo cabelo. Uma jovem mãe conseguiu salvar seu filho de um ano e meio, quase afogado. O pessoal do resgate, posteriormente, levou os dois a toda pressa para um hospital próximo. Gritamos para outros passageiros em perigo para que se animassem a segurar objetos flutuantes, porque não tínhamos tempo de pegar os coletes salva-vidas. “O resgate já vai chegar!”, gritávamos. Louvo a Deus por termos sido, por fim, resgatados e por termos podido nos dirigir a Port Royal às quatro horas da manhã seguinte, num barco em seu horário programado.
Assim como um raio de Sol me permitiu escapar, assim o Espírito Santo nos guiará “a toda a verdade” (João 16:13). E, naquelas ocasiões em que Satanás tentará nos enredar, seguiremos a luz da verdade de Deus – e encontraremos o escape e a liberdade que ela nos traz (João 8:32).
Esperanza Aquino Mopera