Desde que me lembro, meus pais tentaram me ensinar duas coisas muito importantes: ser honesta e pedir desculpas. Quando meu irmão mais velho e eu criávamos problemas, minha mãe sempre perguntava de quem era a culpa. Nosso instinto natural era sempre culpar um ao outro, dizendo: “Não fui eu” ou “Eu não fiz isso”. Porém, minha mãe sempre conseguia virar o jogo ao dizer (antes que pudéssemos evitar o castigo por meio da mentira ou culpando um ao outro):
– Aquele que contar a verdade não vai ser castigado, mesmo que seja o culpado.
Para uma criança pequena, aquilo era um desafio enorme, pois era preciso ponderar as opções dadas. Precisávamos confiar na palavra da nossa mãe, e, para ela, era necessária uma boa dose de restrição. A ênfase que nossa mãe dava na honestidade era uma grande lição para nós, que logo aprendemos que contar a verdade sobre nossos comportamentos errados era a melhor opção. Meu pai, em geral, discutia as ações erradas que tínhamos confessado e determinava se era preciso se desculpar. Ele sempre dizia:
– Pedir desculpas vai fazer você se sentir melhor. – E ele estava certo! Sempre surtia efeito.
Em minha vida adulta, sempre há oportunidades de cometer erros e de exercer um mau julgamento, o que acaba me colocando em situações nas quais preciso me responsabilizar. No entanto, meus instintos permanecem fiéis ao que aprendi na infância: se eu for honesta, os resultados sempre serão melhores. Além do mais, a reação à honestidade é geralmente a mesma. É raro alguém ficar irritado quando o outro simplesmente diz honestamente: “Fui eu. Cometi um erro e peço desculpas por isso. Como podemos resolver essa situação?” A natureza da maioria das pessoas é ser compreensiva e perdoar, afinal, quem nunca cometeu um erro? Esse primeiro ato de humildade traz um segundo ato de misericórdia.
Não importa qual foi o erro, sempre podemos confessá-lo e pedir desculpas. Mas é preciso ter confi ança e um coração disposto a deixar o orgulho e o medo de lado, pois eles tendem a nos paralisar. Minha mãe sabia como ensinar o princípio divino de honestidade e perdão.
A verdade realmente nos liberta e permite que o amor supere o problema.
Naomi Striemer