Lá estava ele novamente, fazendo comentários que cravavam em minha alma como uma faca. Ele conhecia todos os botões para apertar e se deliciava em se debruçar em todo o painel! Nenhuma súplica de minha parte o fazia desistir. Ele estava “só brincando”. Qual era meu problema?
Minhas orações em seu favor subiam diariamente ao Céu. Assim como minhas orações por mim mesma. Eu tinha feito tudo o que eu poderia fazer. Tentei o silêncio. Deixei-o zombar de mim e me insultar. Eu ficava quieta. Tentei mostrar maiores expressões de amor por meio de palavras de agradecimento, fazendo seus biscoitos favoritos, abraços e convidando seus amigos. Tentei apelar em nome de nossa humanidade comum e o tratamento humano para com outro ser humano.
Tentei apelar para seu lado espiritual. Por que ele iria querer ferir a Deus por tal comportamento? Tentei expulsá-lo de nossa casa. Se ele não conseguia ser educado, então ele não deveria entrar em nosso espaço e continuar me torturando. Eu havia me desculpado por minha parcela de culpa (qualquer que fosse) em motivar, permitir ou fazer com que ele fosse do jeito que ele era. Não havia mais recursos em que eu pudesse pensar
Então meu Deus misericordioso me lembrou da oração que eu havia feito não muito tempo atrás. Senhor, quero que o meu eu morra. Por favor, faça o que for preciso; destrua esse eu que surge em mim com tanta frequência. De que outra forma alguém morre além de extinguindo a vida? Depois de orar, meu desejo era puro e fervoroso. Eu queria muito essa santificação. Ofereci a Deus minha vida física repetidas vezes em troca da salvação do meu perseguidor, sem nunca lembrar que era minha própria natureza egoísta que deveria morrer diariamente. A dor é um tremendo motivador. Se ao menos pudéssemos identificar o que dói tanto, nós jogaríamos isso fora e ficaríamos livres! Queremos triunfar sobre o “inimigo” apenas para nos sentirmos bem novamente ou até mesmo para não sentirmos nada. Mas agora minhas lágrimas estão secando. Meu coração está calmo. Estou pedindo outra coisa.
Senhor, ensina-me a carregar a cruz de hoje. Ensina-me a Te agradecer nas circunstâncias que me confias. Mostra-me como morrer com profundo amor por aqueles que são manipulados pelo maligno. E, algum dia, deixe-me ver meu filho ressuscitar para uma nova vida porque o Senhor e eu escolhemos morrer
{ Brenda Kiš }