Jesus havia dito que alguns de Seus discípulos não morreriam antes de vê-Lo em Seu reino. Isso se cumpriu na transfiguração (Mt 16:28). Ali ocorreu uma representação em miniatura do futuro reino da glória (2Pe 1:16-18). Jesus, o Rei, apareceu glorificado. Moisés representou os mortos justos ressuscitados; e Elias, os fiéis que estarão vivos na Terra por ocasião do segundo advento de Cristo.
Moisés e Elias também representavam a lei (Pentateuco) e os profetas, que prepararam o caminho para a missão de Cristo. A experiência da transfiguração afirmou a continuidade da obra de Jesus em relação àqueles que haviam sido os porta-vozes de Deus no passado.
A transfiguração serviu para confortar e animar o próprio Filho de Deus para prosseguir com fé até o final de Sua missão. Também trouxe conforto para os discípulos, não só naquele momento, mas principalmente após a morte, ressurreição e ascensão de Cristo. A lembrança dessa experiência os fortaleceu e conferiu mais autoridade à mensagem cristã (Jo 1:14; 2Pe 1:16-18).
Poucos dias antes da transfiguração, Jesus havia concedido aos discípulos a oportunidade de declararem sua fé Nele como Filho de Deus (Mt 16:13-16). Naquele momento, esse fato foi reafirmado pelo próprio Deus, que disse: “Este é o Meu Filho amado.” A afirmação de filiação pronunciada em Seu batismo (Mt 3:17) foi então reiterada.
A declaração “Este é o Meu filho amado, em quem Me agrado” revela que, embora rejeitado pelo ser humano, Jesus não era rejeitado pelo Pai. Deus O reconheceu como Filho; por meio da Sua conduta, Jesus Lhe trouxe alegria e prazer.
A voz do Céu ainda afirmou: “Escutem o que Ele diz!” Isso nos lembra uma profecia de Moisés que anunciava a vinda de um profeta especial, recomendando a Israel: “a Ele vocês devem ouvir” (Dt 18:15). Esse outro profeta é o próprio Jesus. Pedro, poucos dias antes, não tinha concordado com as palavras que Jesus dissera sobre Seu sofrimento e morte. Pedro não “ouvira”. Então Deus disse que Jesus é de fato Seu Filho, o esperado Messias, anunciado por Moisés e pelos profetas, e que Ele deveria ser ouvido. Portanto, hoje, ouçamos Sua voz.