“Espelho, espelho meu!” E é assim que o conto de fadas vira pesadelo. Quando o espelho se torna o juiz da autoestima, é fácil se tornar escravo das aparências. A obsessão pela beleza dilacera a saúde mental e física, trazendo consigo ansiedade, baixa autoestima, anorexia, bulimia e o transtorno dismórfico corporal (TDC) – preocupação exagerada com a aparência. Em casos mais graves, tudo isso pode levar a um quadro de depressão e até mesmo ao suicídio.
No século 21, a beleza se despiu do pudor e adotou a sensualidade como forma de comportamento místico. O que antes exigia cuidado, agora demanda devoção e promove a existência de uma nova religiosidade: o culto ao corpo. Muitos de seus adeptos utilizam o argumento da saúde para esconder sua obsessão. Na religião do culto ao corpo, academias viram santuários, dietas se tornam a variante do jejum e as selfies, no estilo “antes e depois”, representam o testemunho de uma vida transformada no altar da aparência.
A Bíblia, porém, diz em Provérbios 11:22: “Como anel de ouro em focinho de porco, assim é a mulher bonita, mas indiscreta.” Essa declaração pode soar machista, mas lembre-se de que, na época bíblica, não havia metrossexuais – homens que vivem por sua aparência. Atualmente, essa mensagem é válida para ambos os sexos. A regra de ouro para o belo é a discrição. A beleza é um dom de Deus. O problema é querer transformar o templo do Espírito Santo em objeto de desejo sexual fora dos limites do relacionamento conjugal.
O que isso significa? Significa que, quando o cuidado com a aparência ocupa mais tempo que o cuidado com a alma, é hora de reavaliar. Quando existe maior preocupação com rugas e culotes do que com pecados interiores, é hora de repensar. Quando exibir os músculos é mais importante que testemunhar da fé, quer dizer que chegou a hora de parar. Quando o “projeto verão” se torna mais importante que o “projeto Céu”, é hora de mudar de rumo.
Em suma, cuide do corpo, mas principalmente do seu caráter. Ainda não inventaram maquiagem para o coração pecaminoso nem cirurgia plástica para a mente corrompida. Não se esqueça: Jesus é o caminho, não a passarela.