José do Egito é um modelo para quem precisa perdoar. Você conhece a história. Ele foi vendido pelos irmãos como mercadoria barata. Perdeu a capa, a liberdade,
a família, a casa, os amigos. Só não tiraram dele a bênção de Deus. No Egito, o Senhor era com ele em tudo o que fazia.
O pai desistiu de procurar por ele, pois achava que estivesse morto. A patroa queria seduzi-lo. Como ele se negou a deitar-se com ela, foi mandado para a prisão. Atrás das grades, ajudou dois outros prisioneiros interpretando seus sonhos. Porém, o copeiro se esqueceu dele por dois anos. Se há um sujeito que tinha tudo para ser rancoroso, esse era José. Porém, ele resolveu não seguir por esse caminho.
Nesse mundo injusto, imperfeito e decaído, o sofrimento é muitas vezes o material com o qual Deus trabalha. E o Senhor estava trabalhando em José. A obra mais importante de Deus no mundo é a que Ele faz em nós.
Apesar de tudo o que passou, José não assumiu o papel de vítima. Não se sentiu rejeitado, humilhado ou injustiçado. Encarou a dor que seus irmãos lhe causaram com graça e com espírito perdoador. Quando sua sorte foi restaurada, e ele foi liberto e nomeado o governador do Egito, não alimentou o espírito de vingança.
Ao final de sua longa vida, Jacó reuniu os filhos ao redor da cama para abençoá-los um a um. Quando chegou a vez de José, o pai o comparou a uma “árvore frutífera à beira de uma fonte, cujos galhos passam por cima do muro” (Gn 49:22).
José teve que passar por cima de vários muros: o muro de uma família complicada, das falsas acusações, das injustiças. Quando chegou no alto, ele teve uma visão completa da subida. Os irmãos de José não acreditaram na sinceridade de seu perdão. Quando foram falar com ele em nome do pai falecido, José provou que a árvore de sua vida não havia produzido nem um fruto amargo. Essa é uma das mais belas expressões de perdão de toda a Bíblia. Não tenho dúvidas de que José tinha esse espírito de perdão porque estava plantado junto à Fonte.