Uma das minhas duas companheiras de quarto era maníaco-depressiva, esquizofrênica e alcoólatra. Ela também abusou de medicamentos prescritos. Sofreu dano cerebral em um acidente de carro. E, quando tentou um novo medicamento para ajudá-la a parar de fumar, sofreu com efeitos colaterais: alucinações e raiva. Ela se escondia nos nossos armários do quarto ou rompia as extremidades das lâmpadas com facas de cozinha. Dentro de seis semanas, ela teve duas audiências no tribunal e quatro namorados. Ela reorganizava nossos produtos enlatados e martelava centenas de pregos nas paredes a qualquer hora da noite. Ela teve vários surtos suicidas e recusou o despejo. Sentíamos como se tivéssemos inconscientemente assinado uma locação com uma presença maligna.
No pior momento, minha outra companheira de quarto e eu percebemos que nossa segurança pessoal estava sendo comprometida e nossos bens expostos a roubo, dano ou incêndio criminoso. A crise em curso me fez avaliar o que era realmente importante na vida. Se documentos importantes, instrumentos musicais, fotografias, lembranças de viagens ao exterior, objetos de infância e livros cuidadosamente selecionados em nossas bibliotecas pessoais sucumbissem a roubo, vandalismo intencional ou incêndio criminoso, como reagiríamos?
O que é realmente importante nesta vida? Em momentos de alta adrenalina, não há tempo para refletir sobre conceitos filosóficos ou espirituais. Minha colega de quarto e eu procuramos o proprietário, em espírito de oração, para despejar nossa perigosa colega de quarto. No entanto, também estávamos preocupadas com o bem-estar dela. Era mês de novembro, e o clima estava excepcionalmente gelado por causa da neve. Então oramos com sinceridade para que ela tivesse um lugar seguro para ir e para que não acabasse nas ruas frias. Percebemos que as coisas materiais não são nada comparadas ao bem-estar das pessoas.
O Senhor nos atendeu. Nossa companheira de quarto problemática foi despejada, mas conseguiu um lugar para morar. O fato de nossos bens terem sido poupados empalidece em comparação com nossa gratidão por termos sobrevivido à provação. Foi o melhor Dia de Ação de Graças que tivemos! O Senhor não nos deixou nem nos abandonou. Aquela batalha entre luz e trevas, o Cordeiro de Deus também venceu.
Erin Parfet