Um grupo de pessoas estava reunido para estudar o livro de Daniel sob a liderança de Ronald Worden, professor de Teologia em um seminário do Texas. Naquela ocasião, Worden leu a respeito da festa de Belsazar mencionada em Daniel 5. Em seguida, pediu que cada um comentasse a história e seu significado.
Um dos presentes sugeriu que o centro do relato era a irreverência para com as coisas de Deus, a saber, os vasos sagrados do templo. Outros opinaram sobre o que seriam os vasos nos dias de hoje. Então, uma senhora lembrou que Paulo diz que nós somos os vasos de Deus, uns para honra e outros para desonra (2Tm 2:20-22), logo os vasos sagrados seriam pessoas.
A chefe do departamento infantil não tardou em alfinetar a liderança, dizendo que as crianças eram os vasos mais puros e negligenciados naquela igreja. Ela comparou o rei babilônico a muitos adultos que desonram os pequeninos por meio da negligência e do autoritarismo.
Tudo muito interessante, gerando muitos pontos de vista e temas relevantes. O problema é que eles estavam fugindo totalmente da mensagem original do livro. Como o próprio Worden concluiu: “Talvez o senso intuitivo de pessoas espirituais as levou para uma aplicação até válida da Palavra de Deus aos nossos dias. Mas fizeram isso ao custo de fugir completamente daquilo que o livro de Daniel teria a nos dizer desde sua perspectiva histórica real” (link.cpb.com.br/8ac0a8).
Ao estudar a Bíblia, certamente devemos nos perguntar o que o texto diz para os dias de hoje, porém essa pergunta será mais satisfatoriamente respondida se incluir métodos de interpretação que tenham a ver, especialmente, com o contexto histórico e literário no qual o livro foi produzido. Afinal, os próprios autores da Bíblia trabalharam suas narrativas dentro de uma perspectiva histórica de compreensão da realidade.
“Texto fora de contexto gera pretexto” – mais que um ditado, é um alerta para aqueles que têm a Bíblia como regra de fé e prática. A Palavra de Deus não deve ser tratada como um post curtido que se lê com pressa. Se a participação em um concurso exige empenho e foco, quanto mais o propósito de entrar na vida eterna. Não acha?