Observei com grande interesse enquanto os operários removiam cada folha de grama da entrada da garagem e do pátio na frente do meu prédio, substituindo o rico solo avermelhado por um carpete branco de marga fina (uma mistura granulada de argilas e outros materiais). Depois de despejada a espessa camada de marga, um rolo compressor pesado a fixou em seu lugar, seguido por um rolo mais leve para selar as partículas.
A última camada foi o escuro asfalto alcatroado. Qual foi o resultado final? Uma nova, colossal e negra entrada da garagem, estendendo-se até o primeiro degrau da entrada do prédio. A nova entrada era preta e limpa, mas senti falta da grama e do cheiro de terra molhada após uma boa chuva. Lá se foram o canteiro gramado e o belo solo vermelho, pensei.
Seis semanas depois, saí para uma caminhada no meio da tarde e notei touceiras verdinhas de grama nova se esgueirando através do asfalto. Fiquei intrigada. De onde vinha aquela grama? Como poderiam aquelas delicadas e frágeis lâminas de grama atravessar a marga compactada e o asfalto? Aquilo não deveria estar acontecendo.
Eu tinha certeza de que nenhuma grama cresceria depois de um tratamento tão duro do solo. O asfalto devia durar pelo menos dez anos. Bem, isso é o que me haviam garantido. Eu não estava enxergando coisas; a grama vinha crescendo de novo em vários lugares e havia desafiado as impossibilidades.
Exatamente como a grama, o amor de Deus é persistente e atravessa o mais duro coração e a mais endurecida natureza. Ele consegue romper a existência mais obscurecida, calcificada pela devastação do pecado. O amor de Deus entra pelas camadas da culpa e da vontade obstinada.
Mesmo quando as condições não são apropriadas ou não favorecem a possibilidade de que Ele ame uma pessoa, Ele ainda ama incondicionalmente, e ama sempre. João 3:16 me garante: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (ARA).
Eu encontro conforto nas palavras do compositor de hinos que descreve o amor de Deus como forte, puro, imensurável e eterno.
Ó, Deus, graças Te dou por esse amor profundo!
Glória Gregory