Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida. Eu havia perdido meu emprego, no qual trabalhara por dez anos, estava sem dinheiro e com uma enorme dívida para pagar. Eu era ex-presidiária e estava na África do Sul sem esperança alguma de conseguir um emprego ou um visto para voltar aos Emirados Árabes Unidos (EAU) para trabalhar e conseguir pagar minhas dívidas.

Fiz o pedido de visto de turismo aos EAU e comprei uma passagem. Fui informada de que o processo do visto levaria duas semanas. Mas isso não aconteceu.

Eu estava hospedada na casa da minha prima e amiga Sindi. Havíamos decidido jejuar e orar naquela segunda semana. Todo dia de madrugada, acordávamos às 2h e, durante toda aquela semana, orávamos por isso. Quando acordei naquela sexta-feira, eu estava em paz, pois sentia que tínhamos feito nossa parte, e meu futuro estava nas mãos de Deus. Então decidi ir embora, para a casa da minha mãe, fazer as malas. Eu me lembrei de que, quando os filhos de Israel tiveram que cruzar o turbulento rio Jordão, eles confiaram que Deus interviria e, por isso, pisaram na água. Foi então que as águas se partiram. Eu acreditava que Ele continuava sendo o mesmo Deus e que eu precisava dar o primeiro passo e confiar que Ele faria o resto.

Minha mãe é uma cristã fiel de oração e, naquela semana, a igreja dela tinha estado em Semana de Oração. Ela também vinha orando pelo meu visto, não somente como minha mãe, mas também como a patrocinadora do visto e da viagem. Se o pedido de visto fosse rejeitado, ela perderia todo aquele dinheiro. Além disso, nossos familiares e pessoas da nossa comunidade já não acreditavam em nós, pois, quando me perguntaram se eu tinha voltado para morar ou se estava de férias, tínhamos dito que eu tinha vindo para renovar meu visto e mudar de emprego. Aquilo era de certa forma verdade, pois eu havia perdido meu emprego e meu visto de trabalho, e eu tinha uma meia promessa de emprego e outro visto de trabalho se eu conseguisse voltar para os EAU.

Cheguei em casa às 10h naquela manhã. E comecei a fazer minha mala. Quando terminei era quase meio-dia. Assim que fechei a mala, o telefone tocou. Eu tinha conseguido meu visto. Deus havia respondido na hora certa.

Shimmie Nomalizo Blaanche Vuso