No escritório da minha casa, há uma caixa esfarrapada, sem valor monetário. Dentro dela, coloco bilhetes que escrevo para mim mesma. Guardo também frases de jornais e revistas. Ela é valiosa para mim porque esses pedaços de papel sugerem ideias sobre as quais escrever.
Hoje encontrei dois pedaços de papel bem no fundo. Um deles era uma lista amarelada de coisas para fazer, escrita anos atrás. Relacionei treze promessas que fiz a mim mesma, para cumpri-las naquele mês. Vou mencionar apenas três delas. Primeira: anime a família do pastor. O pastor já está sepultado agora, assim como uma de suas filhas; mas sua esposa e eu continuamos amigas próximas, embora a longa distância. Segunda: planeje um almoço para Ben. Ele será batizado nesta semana. A hora do almoço proporcionou uma conversa alegre, celestial, enquanto estávamos ao redor da mesa com membros da família dele. Todos se tornaram amigos do coração para meu esposo e para mim. Ele, também, já descansa. Terceira: dê um presente inesperado, feito à mão, se possível. Foi divertido fazer isso. O presente foi um poema escrito para uma das minhas professoras da universidade e colado em decoupage sobre uma ardósia. Ela ficou encantada. Eu era uma universitária mais velha, e nossas idades eram próximas. Quando ela saía de férias, suas viagens eram sempre para alguma terra distante. Ela me enviava cartas – que eu guardava com carinho – com belos selos postais de diferentes países.
Por que treze promessas? Não sei, mas creio que foram cutucadas de Deus porque, ao relê-las, percebi que cada uma delas resultou em amizades duradouras do tipo “família de Deus”.
Não sei por que guardei a lista durante tanto tempo, mas fico feliz por tê-lo feito. Ela é um lembrete de que, embora eu não possa mais fazer todas aquelas treze coisas devido a limitações físicas, ainda posso animar e amar as pessoas. Também me faz lembrar de uma frase escrita pela autora cristã Ellen White: “Todas as nossas energias devem ser voltadas para a obediência a Cristo” (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 81). Isso é passar adiante o amor de Jesus.
Adivinha uma coisa? Eu havia escrito essa citação em um pedaço de papel para rascunho que também encontrei no fundo da caixa. Coincidência? Acho que não. É um daqueles toques de Deus que os escritores cristãos se deleitam em passar adiante aos leitores!
Betty Kossick