Lucas 15 é a seção dos achados e perdidos da Bíblia. Ali estão três parábolas que mostram a busca incessante de Deus: a ovelha perdida, a dracma perdida e o filho pródigo. A história do filho pródigo é a maior e mais tocante das três. Aliás, poderíamos facilmente chamá-la de parábola do pai amoroso. Para entendê-la melhor, vamos analisar duas perguntas aparentemente óbvias.
A primeira é: Se o pai era tão bom, por que o filho decidiu sair de casa?
Saiu porque tinha liberdade para sair. Deus nos criou livres e, embora nossas escolhas possam machucar Seu coração, Ele continua a respeitar nosso livre-arbítrio.
Saiu porque se cansou da rotina do lar. O filho estava aborrecido com o mundo tranquilo da fazenda. Olhava com desprezo a vida monótona de agricultor e considerava sua vida uma prisão. Para ele, tudo ali era sem graça. Queria mais agitação.
Saiu porque queria conhecer o desconhecido. Talvez tenha ido para alguma cidade grande da época em busca de diversão e liberdade. Desejando o desconhecido, destruiu o que era conhecido: sua família.
Ainda podemos perguntar: Se o filho queria tanto sair, por que depois quis voltar?
Voltou porque tinha liberdade para isso. No plano da redenção, Deus sempre busca salvar o ser humano. Ninguém foi tão longe que não possa voltar nem é tão pecador que não possa ser aceito novamente por Deus.
Voltou porque sentiu saudade. A saudade é um instrumento do Espírito Santo que nos faz lembrar a felicidade que temos ao lado de Deus. O filho se lembrou dos dias felizes de sua infância e adolescência.
Voltou porque precisava ser perdoado. O filho sabia que havia magoado profundamente o pai. Precisava acertar as contas.
Quanto a você, esteja certo de que “Cristo jamais abandonará a pessoa por quem Ele morreu. A pessoa poderá deixá-Lo e ser vencida pela tentação; Cristo, porém, jamais Se desvia daquele por quem pagou o resgate com a própria vida” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 118, 119). Qualquer pessoa pode ter um novo começo, uma nova oportunidade. O importante é correr para os braços do Pai.
Erton Köhler, 7/4/2019