Você sabia que, antes de uma tempestade, é comum em mastros de navios, narizes de aviões, torres ou qualquer objeto metálico pontiagudo em contato com a atmosfera surgirem clarões parecidos com raios, que são conhecidos como fogo de santelmo? A falta de umidade do ar e a reação das moléculas de oxigênio e nitrogênio promovem um acúmulo de eletricidade, que é descarregada em estruturas metálicas e resultam nesses brilhos fantasmagóricos.
O nome desse fenômeno vem de Santo Telmo, considerado padroeiro dos marinheiros do mar Mediterrâneo. Segundo esse folclore, o clarão evidenciava a presença do protetor das embarcações. Não sei se o barco dos discípulos, naquela noite de tempestade no mar da Galileia, tinha um mastro para atrair o tal fogo de santelmo; porém, eles tinham motivos de sobra para ter certeza de que estavam protegidos. Não era uma crendice fantasiosa. Jesus estava dormindo na proa.
Inconscientes do que isso significava, os experientes marinheiros passaram a lutar com toda a força contra o mar agitado. Contudo, os esforços deles eram inúteis. O barco estava se enchendo de água e, para eles, não havia solução para o problema. Foi quando um “fogo de santelmo” extraordinário deu a eles uma ponta de esperança: “De repente, o clarão de um relâmpago rompe as trevas, e veem Jesus adormecido” (O Desejado de Todas as Nações, p. 334).
“Então os discípulos o acordaram e disseram: – Mestre! Nós vamos morrer! O Senhor não se importa com isso?” (Marcos 4:38). Jesus acordou com calma, e sua autoridade agiu para trazer paz e segurança a seus discípulos.
Às vezes, parece que nossa vida vira um barquinho indefeso no meio de um mar agitado por uma tempestade cruel. Sofremos com lutas que envolvem a família, a falta de saúde de gente querida ou problemas financeiros. Somos aterrorizados por essas tempestades, e nada que fazemos parece resolver.
É maravilhoso, porém, lembrar da presença de Jesus, dormindo no barco do coração. No caso dos discípulos, foi um raio que iluminou o lugar onde o Senhor estava deitado e lhes devolveu a esperança. Quando os raios das dificuldades rasgam nosso céu, em vez de ter medo, devemos ver, pela fé, a imagem de Jesus e clamar a Ele por socorro. Esse verdadeiro “fogo de santelmo” garante que nosso barquinho não vai afundar.