Segunda-feira
09 de junho
FRANQUEZA
Que a palavra dita por vocês seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibam como devem responder a cada um. Colossenses 4:6

Há pessoas que defendem tanto uma mentira que, com o tempo, passam a acreditar nela. Isso ocorre especialmente com ideologias que aprisionam a mente e retiram a autonomia do pensamento. A pessoa deixa de pensar por si mesma e passa a apenas refletir o pensamento alheio.

Dizem que o imperador Guilherme II (1859-1941) era um sujeito déspota, vaidoso e que não suportava críticas ao seu nome. Ele tinha espiões em toda parte para assegurar que ninguém falasse mal dele.

Em uma ocasião, dois homens tagarelavam numa taberna, e um deles propôs um brinde ao “louco imperador”. O outro, que por acaso era um espião, quis imediatamente prendê-lo, ao que ele retrucou: “Calma, amigo, estou falando do louco imperador da China.”

“A mim você não engana” – retrucou o partidário do rei. “Todo mundo sabe que Guilherme II é o único imperador louco do mundo.” E, com isso, o espião foi preso. Percebeu a ironia? O partidário defendeu a honra do rei admitindo inconscientemente sua desonra.

Na Grécia antiga, a franqueza era um componente fundamental da democracia de Atenas. No teatro e nos órgãos do governo, os cidadãos eram livres para dizer quase tudo. Do lado de fora, não. Então, quando alguém queria dizer algo, usava-se a alegoria para não ofender a opinião popular. Foi por sua franqueza pública que Sócrates foi acusado de asebeia, que significa impiedade.

A prudência, vista no modo de agir de Jesus, nos ensina que há tempo para a franqueza, para a parábola e para o silêncio. Não por questão de covardia, mas para não dizer algo certo no momento errado.

Paulo aconselha a temperar as palavras com sal para que não sejam sem gosto. Timão era um autor grego descrito por Diógenes como “um filósofo sem sal”. Ao criticar o modo frio como seus amigos se dirigiam a ele no sofrimento, Jó também perguntou retoricamente: “Pode-se comer sem sal o que é insípido?” (Jó 6:6).

Se quisermos falar de Deus para as pessoas, é importante que nossas palavras sejam temperadas com graça, amor e bondade. Não se trata de adoçar a pílula, mas de transmitir a mensagem de maneira eficaz. Vamos temperar nossas palavras?