Fui ao oftalmologista naquele quase fim de tarde. Meu esposo estava me acompanhando, mas naquele dia o consultório estava muito cheio; portanto, havia muita demora. Por causa da demora, meu esposo precisou sair, pois tinha um compromisso.
A clínica ficava no centro de Vitória, ES, e morávamos a algumas poucas quadras do local. Quando saí do consultório já era noite. Apenas a pupila do meu olho esquerdo tinha sido dilatada, e eu precisava voltar sozinha para casa. Com a visão borrada, tapei o olho dilatado com a mão e segui a pé. O centro estava deserto, as lojas estavam fechadas, e não havia quase trânsito nas ruas; apenas alguns trabalhadores esperavam pacientemente seu transporte no ponto de ônibus.

De repente, percebi que um homem bastante suspeito vinha em minha direção. Desconfiada e num relance quis voltar, mas logo percebi que outro homem vinha a passos apressados. Eu acabaria encurralada por aqueles dois homens que já estavam bem próximo de mim. Foi quando avistei um guarda logo na esquina. Ele parecia estar observando o trânsito, mas não havia quase nenhum movimento de carro.

Então, num impulso, atravessei a rua correndo na direção do guarda. Fiquei bem próximo dele, tendo cuidado para não perdê-lo de vista. Eu estava muito assustada, enquanto olhava simultaneamente para as duas cenas: o guarda na esquina e os homens que agora juntos passavam diante de nós e desciam a rua intimidados com a presença do guarda que ali aparecera.

Quando já estavam a uma certa distância, o guarda sumiu, bem diante de mim. Olhei para todos os lados daquela esquina e não havia nada. Naquele momento me dei conta de que estava justamente na entrada da rua em que morava. Atravessei-a e segui em direção à minha casa, pensando em tudo o que me sucedera. Quem seria aquele guarda que vigiava uma rua sem nenhum movimento de carro? Não tive dúvidas de aquele guarda era meu anjo protetor, que o Senhor enviara para me guardar e proteger no caminho de volta para casa. Como fiquei grata por saber que o olhar do Senhor estava sobre mim e que Ele me dispensava Seu terno cuidado!

Quantas vezes somos impedidas de ir a algum lugar perigoso, quantos livramentos ocorreram sem que nem percebêssemos! Diversas vezes somos poupadas pela bondade e misericórdia de Deus. Um dia, Ele nos revelará as inúmeras vezes em que nos livrou do mal. Esteja certa de que Ele enviará Seus anjos para guardarem você em todos os seus caminhos.

Mariney Albuquerque Bittencourt