Quando o telefone do meu marido tocou às 3h, na madrugada, eu sabia o que vinha pela frente. Desde que tinha se aposentado do ministério pastoral, ele começou a trabalhar meio período para uma funerária. Além de auxiliar nos funerais, ocasionalmente, ele era chamado para ajudar a retirar corpos de uma casa ou de um hospital. E esse foi o motivo do telefonema no meio da madrugada.
Depois que ele saiu, não consegui mais dormir. Comecei a pensar na família vendo seu ente querido saindo de casa pela última vez. Embora Salomão diga que “há tempo de nascer e tempo de morrer” (Ec 3:2), essa experiência é sempre triste. Depois de uma vida longa, a morte é esperada, mas, quando ocorre inesperadamente, em uma idade jovem, é mais difícil de aceitar.
Lembro-me muito bem do telefonema que nos avisou que a irmã do meu marido havia falecido em um acidente de carro, deixando o esposo e dois filhos pequenos. Depois, houve um telefonema nos informando que meu jovem primo havia morrido também em um acidente de carro, a caminho da escola onde lecionava.
A morte é muito cruel, mas há esperança para os que creem em Jesus. Paulo diz que não devemos sofrer como aqueles que não têm esperança (ver 1 Tessalonicenses 4:13). Porque Jesus morreu e ressuscitou, temos esperança de uma vida eterna ao lado Dele.
Muitos anos atrás, disseram na igreja que uma família precisava de um pastor para conduzir o culto de uma jovem mãe que havia morrido. Como a família não tinha uma igreja ou um pastor em particular, vieram à nossa igreja em busca de ajuda. Meu marido foi fazer o culto, mas encontrou uma família muito perturbada e sem esperança.
Depois, houve o culto religioso fúnebre para um menino de três anos que morrera em um trágico acidente. No cemitério, a mãe me disse:
– Se eu orar muito, será que Jesus trará meu filho de volta à vida?
Ainda posso vê-la ajoelhada ao lado do caixão, orando para que seu filho voltasse a viver. Sua oração não foi atendida naquele dia, mas algum dia aquele túmulo se abrirá e ela verá seu filhinho novamente. É só uma questão de tempo. “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hb 10:23).
Sharon Oster