Vivemos em uma espécie de “Idade Mídia”, cujo modelo de governo é o que podemos chamar de “Estado Like”. Estamos sob os olhos atentos de um tribunal digital, composto por um impiedoso júri popular, que é rígido com aqueles que pensam de forma diferente. Cada membro desse júri é chamado de hater.
No contexto das redes sociais, um hater é alguém que expressa seu ódio e desprezo por outra pessoa de forma aberta e contínua. Essa atitude não é nova nem está restrita ao ambiente virtual.
Escondidos por trás das telas, os haters se sentem à vontade para destilar seu veneno. Enquanto minam a reputação alheia, envenenam a opinião pública e espalham o ódio em cada palavra que digitam. Contraditoriamente, são intolerantes na defesa da tolerância; usam o discurso de ódio em favor do bem; desrespeitam em nome do respeito; e sufocam a opinião de outros para promover a liberdade de expressão.
Infelizmente, muitos gostam de ver brigas correndo soltas na internet. No ringue das redes sociais, ganha quem consegue humilhar o adversário com uma resposta que desmonte a argumentação dele. Nessa arena retórica, quanto mais envergonhado o oponente fica, melhor. As opiniões emitidas ultrapassam o limite do respeito antes que alguém se dê conta de que, do outro lado da tela, há uma pessoa.
No fim, não importa o quão importante é a causa defendida. É contra os princípios cristãos desrespeitar qualquer ser humano em prol de uma ideia. Jesus combateu pensamentos equivocados sem agredir pessoas.
Deus não precisa de inquisidores digitais. Ele precisa de testemunhas. Não torne suas redes sociais em octógonos virtuais. Não transforme o que deveria ser um campo missionário em um campo de batalha. Não participe desses linchamentos virtuais. Por mais importante que seja uma causa, sempre devemos defendê-la demonstrando amor e respeito aos nossos semelhantes. Deus é amor, e os cristãos não podem ser haters.