No livro Ouse Pedir Mais, a autora apresenta uma interessante aplicação espiritual sobre o rio Luapula, localizado na Zâmbia. O termo luapula significa “cortar através”. Ele recebeu esse nome por atravessar três lagos e cortar montanhas e vales antes de finalmente chegar ao oceano. O que torna esse rio tão singular é o fato de ele não mudar de velocidade nem se misturar aos lagos pelos quais passa. O rio mantém a própria identidade. Os pescadores dizem que há diferença entre os peixes dos lagos e os peixes do rio. Também relatam que a água dos lagos e a do rio têm gosto diferente.
Assim como o rio Luapula, devemos manter nossa identidade espiritual na jornada rumo ao Céu. Ao passarmos pelas montanhas e vales dos problemas e tentações, é preciso manter a essência – sem diluição nem adequação aos padrões do mundo. Lembre-se de que, embora estejamos no mundo, não somos do mundo. Nossas palavras, gostos e estilo de vida são pautados pelo “assim diz o Senhor”, não pela cultura ao nosso redor.
Deus deseja que sejamos, sim, sal da Terra e luz do mundo, e isso implica envolvimento com as pessoas. Mas a questão fundamental é: Quem está influenciando quem? Será que as filosofias e os costumes mundanos têm se misturado às nossas “águas”?
Gosto do exemplo de José. Quando foi vendido como escravo pelos próprios irmãos, ele foi para o Egito e lá permaneceu dez anos na casa de Potifar. Mesmo exposto a tentações de todo tipo e ao paganismo daquela gente, preservou sua pureza e fidelidade a Deus, ignorando as ofertas do pecado ao seu redor.
José não se amoldou aos padrões da cultura vigente, pois sua identidade era marcada pela digital do Criador. Sabe qual era o seu segredo? A Bíblia responde: “José é uma árvore frutífera, árvore frutífera à beira de uma fonte”; “o seu arco permaneceu firme […] pela mão do Poderoso de Jacó, pelo nome do Pastor, a Rocha de Israel” (Gn 49:22, 24).
Você e eu só seremos capazes de atravessar incólumes as águas impuras deste mundo se, à semelhança de José, permanecermos firmes nas mãos do nosso Deus.