Para Israel, Nabucodonosor era um algoz, um inimigo. Ele os tirou de sua pátria, destruiu suas casas e incendiou o templo do Senhor. A simples menção de seu nome evocava desgraça e horror. Os cativos de Judá o repudiavam com todas as suas forças; mas Deus não!
Deus aproveitou o exílio de Seu povo para Se revelar a uma nação idólatra. Ele “infiltrou” jovens hebreus na corte real, os quais se distinguiram dos demais. Revelou a Nabucodonosor os segredos do futuro em sonhos, levando Daniel a ter contato direto com o rei para interpretá-los. Posteriormente, Nabucodonosor viu o Céu invadir a fornalha e testemunhou a grandiosidade de Deus, a Quem ele havia julgado fraco. Nada disso, contudo, foi suficiente para abrandar o coração orgulhoso do monarca.
Mas algo mudou esse quadro. Nabucodonosor voltou a sonhar. Dessa vez, o sonho não era sobre o destino do mundo, mas acerca do futuro do rei. Então, o monarca exigiu que Daniel interpretasse o conteúdo desse novo sonho.
O profeta lhe disse que o sonho era de origem divina e que havia sido dado para avisá-lo de que seria humilhado por sete anos. Durante esse período, ele seria forçado a se comportar como uma fera do campo (Dn 4:25).
À primeira vista, poderíamos dizer que isso aconteceu com Nabucodonosor como uma vingança divina. Entretanto, tratava-se da gota de misericórdia que faltava para converter o inimigo do povo em um amigo de Deus.
Deus amava Nabucodonosor assim como a Israel. Por isso, teve piedade dele. Por mais que você seja tentado a interpretar acontecimentos ruins – especialmente na vida daqueles que praticam o mal – como castigo de Deus, lembre-se de que, por trás de cada ato divino, há a intenção de transformar inimigos em amigos, pecadores em justos.