O ano era 1998. Meu filho mais velho, na época com três anos de idade, havia passado por duas pequenas cirurgias. Em razão disso, ele precisava de cuidados; entre eles, a administração de antibióticos para que sua recuperação fosse total.
Era o início da noite, e estávamos hospedados na casa de meus pais, que me ajudavam a cuidar do meu filhinho no pós-operatório. Eram tempos difíceis economicamente para a minha família. Chamei meu irmão caçula para ir comigo até a farmácia mais próxima para que eu pudesse comprar a medicação para o meu menino.
Fomos caminhando até o local. Enquanto eu apresentava a receita e esperava pelo remédio, meu irmão foi até a balança para se pesar. Em um instante, dois assaltantes entraram na farmácia. Um deles estava armado. Eles trouxeram o meu irmão para perto do balcão de atendimento e renderam a atendente e a funcionária responsável pelo caixa. De repente, eu me vi orando e clamando ao Senhor para que cuidasse de nós e não permitisse que eles levassem embora o dinheiro que eu tinha para comprar a medicação, pois era tudo o que eu tinha, não havia mais recursos.
Discretamente, peguei o dinheiro que estava em minhas mãos e o coloquei entre a minha perna direita e o balcão, apertando meu corpo contra a vitrine. Eu não sabia que aquele ato não era necessário. A grande verdade é que, em Sua infinita misericórdia, Deus atendeu à oração de uma jovem mãe. Eu permanecia atenta a cada movimentação: os assaltantes revistando todas as pessoas que estavam ali, inclusive o meu irmão, sacando o dinheiro do caixa, tomando o relógio da atendente e, mesmo assim, sem nem mesmo olharem para o lado em que eu estava. Eles não encostaram um dedo em mim e não me pediram nada. Simplesmente não me viram. Confesso que somente me dei conta da real situação um tempo depois. Ainda espantados com tudo o que havia acontecido, eu e meu irmão saímos ilesos, com a medicação necessária para o meu filho, sem ter nenhum centavo subtraído dos meus poucos recursos financeiros.
Fiquei invisível, e agradeço grandemente a Deus por me considerar preciosa aos Seus olhos e preservar não apenas o que eu tinha, mas a minha vida e a de todos que ali estavam.
Clame ao Senhor, e lembre-se: Se preciso for, Ele pode tornar você invisível para que seus recursos e integridade física sejam poupados.
Nádia Teixeira da Silveira