Sexta-feira
07 de abril
JARDINS
Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Romanos 5:19, NAA

Noite de lua cheia. Céu limpo. O silêncio embalava o sono dos peregrinos. Era Páscoa em Jerusalém. Após celebrar a ceia, Jesus deixou o cenáculo e foi com os discípulos para o Getsêmani, Seu quartel-general de oração junto ao Monte das Oliveiras. Ali, muitas vezes, o Mestre passava noites inteiras em comunhão com o Pai. Porém, o semblante de Jesus estava diferente, quase irreconhecível. Chegou a hora de “beber o cálice” sozinho em favor dos perdidos. 

A palavra hebraica Getsêmani significa “prensa de azeite”. Era um lugar em que os judeus cultivavam oliveiras e prensavam as azeitonas em grandes pedras. Ali, durante aquela noite, Jesus foi pressionado pela culpa dos pecados da humanidade e pelas cruéis tentações de Satanás. A agonia do Salvador era tão intensa que Ele suou gotas de sangue que, misturadas ao orvalho, umedeciam a relva do jardim. 

Certamente o episódio no Getsêmani tem a ver com outro jardim, o Éden, “Lugar de Delícias”, onde Adão abriu caminho para o pecado. Ellen White escreveu: “O jardim do Éden, com sua pútrida mancha de desobediência, deve ser cuidadosamente estudado e comparado com o jardim do Getsêmani, onde o Redentor do mundo sofreu agonia sobre-humana quando os pecados do mundo todo foram depostos sobre Ele” (Cristo Triunfante, p. 24). 

Um jardim foi a primeira morada do ser humano, o lugar em que tudo começou: a alegria do primeiro amor e a tristeza da despedida. O lugar de descobertas e também de desencantos. Porém, o pecado não pegou Deus de surpresa. Ele já havia elaborado um plano para dar ao ser humano a chance de voltar para casa (Gn 3:15). 

Milênios depois, encontramos o Criador novamente em um jardim, dessa vez para erguer a humanidade. Onde o primeiro Adão caiu, Jesus venceu. No Getsêmani, ao suar gotas de sangue, Cristo demonstrou que não desistiu de nós. Aquela mistura de sangue, lágrimas e orvalho é a garantia do nosso retorno ao Éden perdido. 

Hoje convido você a entrar em outro jardim, o jardim da oração. Nesse lugar, aos pés do Salvador, existe paz, justiça e perdão. Não demore! Ele está esperando você de braços abertos.