Terça-feira
12 de junho
Jesus me ama também!
E Eu [...] atrairei todos a Mim mesmo. João 12:32, ARA

Não havia ninguém naquele cômodo, mas do cantinho mais distante, em doces tons infantis, chegavam quatro palavras cantaroladas: “Jesus… me… ama… também.” O Sr. Ninguém, o periquito, havia descoberto que podia atrair qualquer pessoa – de qualquer parte da sala – para junto da sua solitária gaiola, ao inclinar sua adorável cabecinha azul e papagaiar essa frase.

Acabei por decidir que também queria um periquito e me coloquei a investigar quais técnicas produzem as aves mais falantes. Uma orientação aparecia regularmente: tenha apenas um pássaro, pois quando estão afastados daqueles de sua espécie, eles se unem ao mundo humano a fim de ter relacionamento com alguma coisa. No fim, entretanto, decidi ter dois pássaros que cantassem, em detrimento de um que falasse. Também descobrimos que aqueles alimentadores de beija-flor que se prendem por sucção ao vidro da janela – e posicionados à altura dos olhos do outro lado da mesinha do desjejum – atraem minúsculas joias flamejantes que usam seu delgado bico para sugar o “suco para bebês”, a poucos centímetros dos nossos olhos. Essas aves também apreciam a vida em comunidade.

A ave solitária que fala para chamar a atenção me faz lembrar que muitas de nós sofremos com o isolamento social. Uma irmã da igreja certa vez me disse que, enquanto saía do culto sozinha, o ancião à porta apertou a mão dela, dizendo: “Feliz sábado” e, ao mesmo tempo, já estendia a mão para a pessoa atrás dela. Essa irmã me disse que pensou: Não tenho necessidade de que o senhor me aperte a mão. Eu preferiria receber um abraço da sua esposa.

O solitário coração humano anseia algo que lhe preencha o vazio. Quando pais e outros adultos não passam tempo com os filhos e os jovens, notando a presença deles e proporcionando um diálogo e atividades significativas, estariam literalmente matando à míngua a natureza social dos filhos e jovens? Esses filhos e jovens buscariam reconhecimento de outros modos, assim como fez aquele passarinho que falava? Sairão à procura de recursos insalubres ou se envolveriam em passatempos espiritualmente prejudiciais para preencher o vácuo no coração?

Quando não nos comunicamos com nossas irmãs ao redor, notando sua presença, e apreciando a pessoa que elas são, envolvendo-as em nossas atividades, também as estamos matando de fome? Lembremo-nos de que, por nossa bondade e atenção, podemos garantir – e mesmo demonstrar a elas – que Jesus as ama também.

Janet Lankheet