Em um instante, meu cérebro decifrou o que meus olhos tinham visto e concluiu o seguinte: “Você não está vestida adequadamente para a ocasião.” Se o chão sob mim se abrisse, isso teria me salvado do constrangimento. Infelizmente, o chão não se abriu. Então um plano B se formou momentaneamente em minha cabeça. Vou correr de volta para o hotel e trocar de roupa. Contudo, antes que eu entrasse em ação, uma mulher apareceu e envolveu meus quadris num tupenu, que cobriu totalmente minha bermuda e minhas pernas. Assim, fui considerada apta para participar da marcha pela cidade.

Porém, minha sensação de alívio durou pouco. Primeiro, porque, enquanto eu caminhava, o tecido ia se afrouxando, e eu tive que continuar ajustando o pano para que ele não se soltasse completamente. Em segundo lugar, quando chegamos ao palácio real, que era o nosso destino, eu estava entre aqueles que haviam sido convocados a se sentarem ao lado da rainha de Tonga. Sim, você leu corretamente. Pediram que eu me sentasse ao lado de Nanasipau’u, a rainha de Tonga! Uma rainha de verdade – com toda a pompa e todo o protocolo que acompanham a realeza.

Aprendi uma lição: é muito melhor estar bem vestida do que mal vestida. Depois, pensei em outras reflexões mais profundas. Eu já disse e fiz coisas que me fizeram parecer menos do que sou. Quem sou eu? Sou filha de Sua Excelência e Majestade, o Rei Altíssimo. Como tal, mereço o melhor. Mereço ser tratada pelos outros com respeito, ter as melhores roupas, a melhor educação, a melhor saúde, o melhor marido, a melhor comunidade cristã; e a lista continua. Jesus veio para que eu tenha vida em abundância (Jo 10:10). Se eu não acreditar nisso, agirei de maneira tola e tratarei os outros da mesma forma. Afinal, eles também são filhos do Rei e merecem o melhor tratamento.

Não tenho dúvidas de que a rainha de Tonga sabia perfeitamente que eu não estava vestida com roupas adequadas para aquela ocasião. Mas ela sabia quem ela era e como merecia ser tratada, por isso ela me tratou com graça e amor, independentemente das roupas que eu estava vestindo. Da mesma forma, Deus sabe que sozinha nunca estarei bem vestida o sufi ciente para estar em condições de me sentar ao lado Dele. Então, assim como a mulher que me deu o tupenu, Deus providenciou, por meio de Jesus, meu manto de justiça.

Que o amor de Deus por você a ajude a se amar e a amar os outros!

Danijela Schubert