Nós a chamamos de Suzie Gracinha, nossa pequena e querida sobrinha. É uma palhacinha, essa menina. Gosta de fazer as pessoas sorrirem e darem risada. Mas, no primeiro dia da Escola Cristã de Férias [ECF], ela também me fez chorar.
Eu estava mostrando a igreja para as garotinhas antes de começar a ECF. Entrei em uma das salas enquanto as meninas continuaram do lado de fora, no corredor, ainda me ouvindo. De repente, uma mulher, moradora de rua, entrou na igreja e vinha andando pelo corredor. Depois que ela passou, as menininhas fizeram caretas. Eu também havia sentido o forte odor de urina seca e suor na roupa da mulher. As meninas começaram a examinar uma à outra para descobrir quem estava cheirando tão mal. Percebi o que estava acontecendo e pedi que elas entrassem na sala comigo.
– O que vocês estão sentindo é o odor da moradora de rua que não tem um lugar onde tomar banho. Por favor, não façam caretas – aconselhei.
– Nós não devemos fazer caretas malvadas – Suzie me interrompeu – porque ainda assim ela é especial, mesmo com o fedor. – Depois que nosso breve tour terminou, as meninas saíram para brincar. A mulher continuou caminhando em volta da igreja. Ai! Eu mal conseguia ficar perto dela por mais que um minuto de cada vez! Pouco depois, as meninas passaram correndo pela mulher e certamente sentiram o desagradável odor que vinha do corpo dela. Suzie, porém, parou de repente, virou-se e foi até onde estava a mulher.
– Com licença, senhora – disse ela. Tanto a mulher como eu olhamos para baixo, para Suzie. O que ela diria a seguir? Ela olhou para a mulher, sorriu e disse: – Você é bonita! – Os olhos da mulher se encheram de lágrimas.
– Você pode repetir isso? – perguntou a mulher. Suzie repetiu suas palavras.
Foi assim que Suzie Gracinha me fez chorar no primeiro dia da ECF.
Ah, Senhor, não importa como estejamos, Tu ainda nos consideras bonitas. Ajuda-nos a amar como Tu amas. Por favor, dá-nos Teu amor pelos outros.
Sayuri Ruiz Rodriguez