Na última ceia com os discípulos, Cristo voltou a tratar do estilo de liderança que Ele esperava que houvesse em Sua igreja: a liderança servidora. Essa postura ficou evidente pelo que Ele disse e fez. Pouco antes das comemorações da Páscoa, dois discípulos foram incumbidos de organizar os preparativos para a ocasião. Uma das práticas costumeiras em determinadas situações de festa era ter junto à porta do recinto um jarro com água, uma bacia, uma toalha e um servo para lavar os pés dos convidados à medida que eles fossem chegando para o evento. Mas, naquele momento, embora tudo estivesse preparado, não havia nenhum servo a postos.
Assim que chegaram ao cenáculo, os discípulos foram, um a um, procurando lugar junto à mesa. Quando todos estavam presentes, era de se esperar que um deles se prontificasse a lavar os pés dos demais. Mas isso não aconteceu. Ninguém estava disposto a se humilhar. Para admiração e vergonha de todos, depois de esperar alguns instantes, o Filho de Deus Se levantou e, tomando o jarro, pôs água na bacia e lavou os pés de todos eles, um por um. Com essa atitude, Jesus demonstrou que estava disposto a fazer qualquer coisa lícita, por mais humilhante que parecesse, a fim de salvar pessoas para Seu reino.
O relato ainda menciona que, retornando à mesa, Jesus disse: “Vocês compreendem o que Eu lhes fiz? Vocês Me chamam de Mestre e de Senhor e fazem bem, porque Eu o sou. Ora, se Eu, sendo Senhor e Mestre, lavei os pés de vocês, também vocês devem lavar os pés uns dos outros. Porque Eu lhes dei o exemplo, para que, como Eu fiz, vocês façam também” (Jo 13:12-15).
Muitos anos depois, o apóstolo Pedro aconselhou os líderes cristãos, dizendo: “Aconselho que cuidem bem do rebanho que Deus lhes deu e façam isso de boa vontade, como Deus quer, […] com o verdadeiro desejo de servir” (1Pe 5:2, NTLH). Sendo assim, se a humildade combina com a vida de qualquer cristão, combina mais ainda com a vida de um líder. Que nossa liderança seja servidora!