Mudávamos muito pela Califórnia, nos Estados Unidos – de norte a sul. Na época em que nos mudamos para a cidade de Glendale, no sul da Califórnia, Pearl Harbor foi bombardeada e os Estados Unidos se viram diretamente envolvidos na Segunda Guerra Mundial. Portanto, nosso governo impôs restrições de apagão às comunidades da Costa Oeste para tornar as coisas mais difíceis para o inimigo, caso este quisesse fazer um ataque ao nosso continente. Logo, tínhamos que apagar todas as luzes, quando a sirene tocava. Se uma luz acidentalmente ficasse acesa em casa, alguém invariavelmente batia à porta e nos dizia para desligá-la.
Minha mãe nos levava para o armário e contava histórias ou cantava conosco. Era muito assustador para nós, mas nos acostumamos. Mamãe nos contava histórias de quando ela era criança. Minha irmã e eu ficávamos tão felizes – e distraídas – ouvindo as histórias que até nos surpreendíamos quando a sirene soava avisando que podíamos sair. Numa noite, o apagão durou várias horas. Quando soou o sinal, ficamos felizes e aliviadas por podermos acender as luzes novamente. Podíamos até sair de casa.
Nossa mãe também nos ensinou a orar todos os dias. Aprendemos que tínhamos que confiar em Deus para cuidar de nós nos tempos difíceis. Praticar nossa fé nos aproximou ainda mais de Jesus e nos ensinou a nos apegarmos às promessas descritas em Sua Palavra. Ele era a luz em meio à escuridão e aprendemos como nos aproximar Dele a cada dia. À medida que fomos crescendo na fé, nosso conhecimento do amor de Deus também cresceu. É claro que ficamos felizes quando essa parte da nossa história finalmente terminou. Embora tivéssemos amado ouvir
todas as histórias da nossa mãe dentro do armário, ficamos aliviadas com o fim da guerra, pois nossa vida voltou ao normal.
A Bíblia nos diz que, nesta vida, teremos experiências que nos trarão tristezas e incertezas. Mas não devemos desanimar. Como minha mãe ensinou naquele armário há muito tempo, Deus é o nosso refúgio mais seguro na escuridão. Ele é a nossa luz.
“O SENHOR é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Sl 27:1).
Anne Elaine Nelson