Eu estava trabalhando no órgão estadual por cerca de um ano, apenas, quando surgiu uma oportunidade de promoção. Não só incrementaria meu salário, como me daria um bocado de prestígio. Eu me habilitei para o cargo e fui entrevistada.

Cada dia, depois disso, eu esperava com a respiração suspensa, até um fim de tarde quando o superintendente veio à minha sala. Quanta emoção! “Ficamos impressionados com sua entrevista, mas vamos dar o emprego a alguém de fora da agência, com mais experiência estadual. Não temos certeza de que você conseguiria lidar com o estresse do trabalho”, disse ele. (A partir da minha observação, aquele escritório apresentava pouco desafio no que dizia respeito a estresse.)

Chocada, e esperando que o desapontamento não aparecesse no meu rosto, respondi: “Tenho certeza de que o senhor tem razão. Aguardo o momento de conhecer a nova pessoa.”

Sem buscar me promover, pois eu gostava do cargo que ocupava e dos meus colegas de trabalho, fiz cotidianamente o melhor que pude durante os vários meses que se seguiram. Então chegou o dia em que fui trabalhar usando uma peruca, sentindo cansaço e indisposição – os efeitos da quimioterapia.

Quando o superintendente me disse que lamentava muito o meu infortúnio, mencionei que o episódio atual de câncer era o segundo, tendo o primeiro acontecido vinte e sete anos antes. Acrescentei que cada dia, desde então, eu sabia que era uma bomba-relógio, esperando a hora de explodir. Pensei, mas evitei dizer: E o senhor achava que eu não conseguiria lidar com o estresse!

Uns poucos anos depois, foi estabelecida uma fundação para a agência. Nós, os funcionários, participamos de uma comemoração maravilhosa, durante a qual foram entregues alguns prêmios.

Não só recebi dois notáveis prêmios, como levei um choque ao receber o cobiçado prêmio de Funcionária do Ano!

Agora, como feliz aposentada, olho para trás no tempo e me maravilho ao entender como eram melhores as coisas que o Senhor tinha em mente para mim – além de prestígio ou dinheiro.

Também procuro não pensar nos meus caminhos egoístas, mas ser humilde e confiante no fato de que Ele tem em mente os meus melhores interesses.

Eunice Porter