Sábado
14 de outubro
Meus irmãos
Se um irmão ou uma irmã estiverem com falta de roupa e necessitando do alimento diário, e um de vocês lhes disser: “Vão em paz! Tratem de se aquecer e de se alimentar bem”, mas não lhes dão o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Tiago 2:15, 16

– Acho que devíamos voltar – eu disse ao meu marido quando saímos da rodovia e adentramos em uma rua larga.

– Então vamos fazer isso – meu marido respondeu de imediato.

Entrei em um estacionamento vazio e corri com os meus sapatos de salto alto para abrir o porta-malas e pegar uma mochila. Algumas semanas antes, meu marido e eu fomos impressionados pelo Espírito Santo a não ficar mais buscando pessoas necessitadas, principalmente porque nenhum de nós tem o hábito de carregar dinheiro. Logo, meu marido encomendou várias mochilas grandes. Nós as enchemos com água, leite, pasta de dente, várias outras coisas e também dois livros cristãos. Carregamos as mochilas no carro por uma semana, mas não encontramos ninguém necessitado. Então, justo quando eu estava estressada por achar que não chegaríamos a tempo na igreja, especialmente porque meu marido e eu cantávamos no coral (e já estava quase na hora de nos apresentarmos), saímos da estrada porque o vimos: um homem, parado no ar frio da manhã, segurando uma placa de papelão e pedindo ajuda. Meu marido e eu estávamos no meio de uma conversa, o semáforo estava verde, e eu admito que, por um momento, perguntei-me se tínhamos tempo para parar.

Mas agora, lá estava eu, com meus sapatos de sábado, escolhendo uma mochila no porta-malas, atravessando a rua e, depois, voltando para o outro lado da rodovia. Nós tínhamos saído da estrada para que eu pudesse parar em uma faixa de grama ao lado da saída onde aquele homem estava. Todos nós temos dons que Deus nos deu e, embora o meu não seja falar com estranhos, o do meu marido é. Por isso, sentei-me no banco do motorista, enquanto meu marido se aproximava daquele homem com uma mochila e o coração repleto de empatia. Observei, com os olhos marejados, os dois conversarem e depois inclinarem a cabeça para orar. Quando meu marido voltou para o carro, soube que o homem se chamava Jack. Ele havia sido atropelado por um caminhão e estava passando por um momento difícil.

Naquela manhã, enquanto eu cantava no coral, meu coração estava repleto de alegria pela oportunidade que tive de servir.

{ Sandra P. Gordon }