Segunda-feira
28 de fevereiro
Minha tolice
Tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, fraternalmente amigos misericordiosos, humildes. 1 Pedro 3:8

Certa manhã, enquanto eu confortavelmente fazia meu estudo devocional em minha poltrona reclinável, li uma declaração chocante na lição da Escola Sabatina. Alguém havia escrito, em parte: “Quero que o ateísmo seja real. Espero que Deus não exista!” E havia uma pergunta para que o leitor respondesse: “Que textos da Bíblia vêm à sua mente em relação a essa pessoa?”

Sem pensar muito, o primeiro texto da Bíblia que me veio à mente foi Salmo 14:1: “Diz o insensato no seu coração: ‘Não há Deus.’” Salomão tinha muito a dizer sobre o insensato: ele despreza a sabedoria e a instrução do seu pai, anda na escuridão, fala demais e seu caminho é reto aos seus próprios olhos.

Como poderia alguém refutar afirmações tão claras da Bíblia? Mas será que esse indivíduo aceitaria essas palavras? Será que elas conseguiriam persuadir um ateu a acreditar em Deus? O conselho de Provérbios 26:4 é: “Não responda ao insensato segundo a sua tolice”. Até Jesus reprovou os apóstolos por não acreditarem que Ele havia ressuscitado, dizendo: “Como vocês são insensatos e demoram para crer em tudo o que os profetas disseram!” (Lc 24:25).

Depois dessa breve reflexão, e sentindo que eu havia respondido bem à pergunta, li a próxima pergunta e me senti censurada pela minha resposta. A pergunta era: “Que tema em particular pode ser encontrado nos textos que você escreveu? Eles são de benevolência, empatia, compreensão, ou de julgamento, tristeza e retribuição?” Que vergonha! Será que eu teria gostado de uma censura tão direta à minha incredulidade? Eu não havia conseguido entender a mensagem de Provérbios 26:4. Eu estava respondendo ao “insensato” de acordo com a minha tolice.

Gostaria muito que meus primeiros pensamentos tivessem sido de benevolência, e não de condenação, o que, por sua vez, levaria à confrontação e talvez relutância em ouvir. Os evangelhos são repletos de exemplos de quando Jesus foi movido por compaixão: com a multidão faminta, os dois cegos, a mulher cujo filho havia morrido, e outras. Ao invés de textos bíblicos de condenação, por que não pensei em textos expressando compaixão ou textos que levariam a um diálogo com o ateu: “Venham, pois, e vamos discutir a questão” (Is 1:18)? Ou ouvir o conselho dado aos sacerdotes em Hebreus 5:2, para se compadecer dos ignorantes, ou considerar ser gentil com aqueles que não entendem?

Edith Fitch