Segunda-feira
22 de setembro
Missão desafiadora
Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. Romanos 1:16

Era 2007, e eu morava em Portugal com meu esposo. Inicialmente, tínhamos ido do Brasil para lá a fim de realizar uma pós-graduação, mas acabamos estendendo nossa estadia por 17 anos e meio. Ficamos até a conclusão do pós-doutorado. Durante esse período, surgiu a oportunidade de lecionar em uma instituição de ensino superior numa cidade localizada a 20 km de nossa residência. Eu me deslocava, durante o dia, duas vezes por semana para lecionar.

Tudo começou em uma dessas viagens. Para chegar à cidade, eu precisava pegar uma das rodovias do país e, em seguida, entrar em uma via nacional. Infelizmente, ao entrar nessa via nacional, sempre via algumas mulheres no acostamento oferecendo o corpo por dinheiro. Essa realidade me entristeceu e chocou profundamente. Entendi que eu não podia ser indiferente à situação. Sempre que passava por elas, durante minhas viagens para a cidade, eu orava a Deus.

O Espírito Santo ouviu minhas orações e não me permitiu fi car indiferente. Em uma dessas viagens, próximo ao Natal, passei e vi uma das moças sentada num sofá velho e rasgado, lendo um jornal. Fiquei admirada com o interesse na leitura e nas notícias. Foi então que senti o Espírito Santo falar comigo e me sugerir oferecer a ela um livro como presente de Natal. Esse livro seria O Desejado de Todas as Nações.

Fiz uma dedicatória e pedi que colocassem o carimbo da igreja na última página do livro. No entanto, a parte mais difícil ainda estava por vir. Como parar o carro no acostamento e entregar o presente para ela?

Depois de hesitar por duas semanas, finalmente decidi que enfrentaria meus medos. Porém, quando coloquei o livro no carro e segui viagem, a moça não estava mais lá. Senti o peso da consciência. Orei e pedi perdão a Deus, prometendo que estaria pronta para cumprir minha missão quando a visse novamente.

Depois de mais algumas semanas, quando restava apenas uma semana para o encerramento do semestre, decidi ir com o propósito de entregar o presente. Orei por coragem e para que ela estivesse lá no local de sempre. Na volta da aula, lá estava ela. Parei o carro e, com o coração acelerado, falei com ela e entreguei o livro, explicando que era um presente de Natal. Ela ficou muito agradecida. Parti com o coração aliviado por ter cumprido a missão e com a esperança de que o presente realmente fizesse diferença na vida dela.

Dayse Neri de Souza