No texto de ontem, relatei como um grupo de 20 pessoas aventureiras da minha igreja embarcou numa longa viagem de Orlando, na Flórida, EUA, para Nairóbi, capital do Quênia. Foram necessários três dias para chegar ao Mara West Camp, nossa “casa” perto dos vilarejos do povo Massai. Nosso plano era oferecer serviços médicos, fazer um acampamento diurno para as crianças (a nossa Escola Cristã de Férias) e pintar um novo prédio do seminário.
A maioria de nós, por nunca ter ido ao continente africano, não sabia o que esperar, mas logo descobrimos que essa viagem missionária seria diferente de qualquer outra que já havíamos feito. Os Massai têm muitas necessidades e são muito primitivos, se comparados aos padrões modernos. Eles não têm água encanada, nem eletricidade, nem carros, embora alguns dos homens mais jovens tenham uma pequena motocicleta. Porém, eles caminham por toda parte. Alguns têm um banheiro externo com um buraco no chão, enquanto outros simplesmente não
têm banheiro. Eles cozinham em uma fogueira aberta, preferindo acender o fogo por fricção, e vivem em casas de pau a pique, com pouca luz externa para iluminar os cômodos. Os homens cuidam do gado, e as mulheres fazem todo o restante, o que inclui buscar água todas as manhãs num lago e carregá-la em recipientes pesados. Repleta de tradições, a educação é uma fuga e uma oportunidade de mudança, especialmente para as mulheres jovens.
No início, eu me perguntava se seria possível fazer algo por um povo que precisava de tanto, mas exigia tão pouco. Logo descobrimos que nossa parte não seria tanto a oferta de roupas e outros bens materiais, mas, sim, demonstrar amor e respeito para com eles, compartilhando um sorriso amigável, proporcionando algumas horas de alegria às crianças, levando conforto e paz aos sofredores e, com muita oração, ensinando-os a confiar no poder do nosso Pai celestial.
Ellen G. White descreveu como era a missão na vida de Cristo: “Desde pequeno, tinha apenas um objetivo: vivia para fazer o bem a outros.” “Sua vida revelava a graça da cortesia altruísta.” “Jesus trabalhava para aliviar todo caso de sofrimento que via.” “Não considerava ninguém indigno, mas buscava levar a todos o remédio salvador” (O Desejado de Todas as Nações, p. 47, 46, 61, 64).
Seguir o exemplo de Jesus deveria ser a nossa maior missão.
Bernadine Delafield