Há alguns anos, um fato curioso agitou uma pequena cidade do interior do Brasil. A única casa lotérica da cidade havia tido o único ganhador da Mega-Sena. A notícia correu rápido pelas ruas. Ninguém falava outra coisa a não ser da sorte do felizardo.
Como ninguém sabia quem era o ganhador da bolada, as pessoas da cidade começaram a tratar bem os vizinhos. Sorrisos, abraços e outros gestos de cortesia tornaram-se frequentes. Brigas e fofocas acabaram da noite para o dia. Cada um imaginava estar agradando o ganhador e, assim, poderia receber um retorno graúdo.
Depois de vários dias de gentileza coletiva, foi revelado que o ganhador do prêmio era um cidadão de São Paulo que, em viagem, passou por lá e comprou o bilhete. Na hora, os sorrisos e tapinhas nas costas cessaram. Cada um voltou a ser o que era.
Infelizmente, há muita gente por aí que trata as demais pessoas com uma motivação errada. Buscam apenas o status, a posição e os recursos que os outros têm a oferecer. Alguns políticos, por exemplo, são cordiais e atenciosos na época das eleições, mas após o resultado das urnas tratam os “amigos” eleitores como desconhecidos.
Na época de Jesus, muita gente procurava o Mestre pelos motivos errados. Após o milagre da multiplicação dos pães e peixes, uma multidão procurou a Cristo em busca de outros prodígios. Aquelas pessoas viam continuamente os milagres, mas não permitiam que a fé brotasse no coração. Eram incrédulas, desorganizadas e famintas – apenas do pão físico.
Existe muita gente assim, inclusive na igreja. São meros espectadores que procuram Jesus apenas para satisfazer seus desejos egoístas. Querem espetáculo, milagres e show da fé. Dizem: “Se na igreja não houver bênção, então eu não vou!” Conhece alguém assim, que prefere as bênçãos de Deus ao Deus das bênçãos?
Muitos “crentes” buscam apenas o pão de cada dia e se esquecem do Pão da vida. Quais são as motivações do seu coração? Por que você busca a Jesus? Achar as respostas a essas questões é mais valioso que o prêmio de qualquer loteria!