Durante minha infância, muitas vezes ouvi pessoas da geração de meus pais se referirem a eventos como tendo ocorrido antes ou depois da passagem do furacão Janet (1955). Quando criança, eu simplesmente não conseguia entender qual era o problema. Consequentemente, fi quei curiosa sobre furacões. Eu estava ansiosa para passar por um deles. O ditado “cuidado com o que você deseja” vem à mente, pois, muitos anos depois, minha vida agora pode ser dividida em eventos ocorridos antes ou depois da passagem do furacão Irma, de categoria 5+ (2017).
A vida, como eu a conhecia, mudou da noite para o dia. As coisas que eu costumava fazer, não poderia mais fazer. O luxo de lavar a roupa na máquina de lavar foi pelos ares. A opção de tomar banho com água quente desapareceu. As opções de comida se tornaram limitadas. A luz tornou-se preciosa (passamos 100 dias sem energia). O gelo se transformou em mercadoria de alta qualidade. Uma de nossas congregações locais perdeu todo o prédio da igreja. As crianças não puderam frequentar a escola no início do novo ano letivo. Nenhum aspecto de nossa vida permaneceu intocado.
Sete meses depois, familiares e amigos ainda perguntam sobre nossa situação. É óbvio para todos que tanto nossa ilha quanto seu povo passaram por uma experiência traumática.
As diferenças causadas por essa experiência me fizeram pensar em outra coisa. É perceptível que tive um verdadeiro encontro com Jesus? Minha vida apresenta evidências de ter sido mudada? Ainda estou fazendo as coisas antigas que fazia antes? As pessoas perguntam o motivo das diferenças que observam em minha vida? Anseio pelo Seu breve retorno?
Enquanto escrevo, já se passou uma semana desde que recuperamos a televisão a cabo. Vivi sete meses sem ela, agora mal me lembro de ligá-la. Acabamos nos ajustando ao nosso novo “normal”.
Confio e oro pedindo que todos possamos dizer o mesmo depois de ter experimenta- do a graça salvadora de Deus: que nossa vida não tenha permanecido inalterada, que estejamos nos ajustando à nossa nova vida em Cristo, que as coisas que costumávamos fazer não sejam mais atraentes para nós, e que nosso encontro com Jesus tenha transformado nossa vida.
Michal Herry-Romney