Eu havia trabalhado como voluntária no hospital na quinta-feira e tinha o compromisso de tocar na igreja no sábado. Assim, na sexta-feira pela manhã, repassando mentalmente a lista de coisas a fazer ao longo do dia, dirigi-me ao supermercado – uma tarefa que mudaria minha vida por meses. Por quê? Porque saí do mercado sobre a maca de uma ambulância! Após uma queda acidental, fiquei sabendo que meu quadril fraturado precisava de cirurgia, seguida por um tempo de recuperação em uma casa de repouso. Que mudança inesperada! No entanto, quando essa cirurgia inicial não deu certo, outras mudanças aconteceram no horizonte da vida durante as quatro operações subsequentes – todas para corrigir complicações da primeira cirurgia. Depois de semanas na casa de repouso, percebi que precisaria mudar-me para um local mais conveniente a fim de conciliar meus desafios médicos.
De coração pesaroso, notei que as necessidades resultantes dessa mudança produziam uma grande tensão sobre minha família já bastante ocupada, pois tinham que ser meus motoristas quando eu precisava sair, e ajudavam a cuidar do meu gato. Gradualmente, aceitei a realidade de que, como dirigir estava fora de questão (outra mudança inconveniente), não precisava mais de carro. Eu o vendi, mas não sem sentir tristeza. Não poderia mais tocar piano ou órgão nos cultos da igreja. Mudanças demais e rápidas demais nesses dias.
Durante meu tempo de recuperação, meditei em alguns dos grandes personagens bíblicos e, aos poucos, percebi como as mudanças traumáticas impactaram a vida deles. Abraão deixou sua casa sem saber o destino de Deus para ele. Os irmãos de José o venderam para mercadores de escravos. A beleza de Ester a levou de uma vida comum para um trono real. Rute deixou Moabe para sustentar Noemi. Uma invasão babilônica transformou o príncipe Daniel em cativo. A teologia e a vida de Paulo mudaram quando ele se encontrou com Cristo na estrada de Damasco. E Jesus, naturalmente, mudou Sua imagem divina para uma forma humana que sofreu pobreza e uma dolorosa crucifixão.
Deus, porém, era a constante em cada transição traumática e mudança de vida. Ele não só amparou essas pessoas durante as mudanças que lhes alteraram a vida, mas, em cada caso, também usou a própria mudança para aprofundar Seu relacionamento com a humanidade e promover Seus divinos propósitos.
Dou graças a Deus por trazer constante paz, promessa e alívio à minha vida que tem frequentemente sofrido interrupções! Ele fará o mesmo por você durante quaisquer mudanças pelas quais esteja passando, se você Lhe pedir que o faça.
Marilyn Petersen