“É namoro ou amizade?” Já perguntaram isso para você? Em certo sentido, essa pergunta separa dois conceitos que não devem se dissociar nos relacionamentos amorosos entre cristãos. No “namoro” do primeiro casal da humanidade, Adão e Eva, amizade e amor caminharam de mãos dadas.
Enquanto todos os bichos formavam pares compostos por sexos diferentes, Adão se sentia isolado, sem alguém igual e ao mesmo tempo diferente o suficiente para compartilhar a maravilha de estar vivo no espetáculo que era o mundo antes do pecado.
A necessidade de Adão era de ter alguém semelhante com quem se relacionar. Acima, havia os anjos e Deus que, embora lhe conferissem amor e pudessem se comunicar por meio da linguagem falada, são diferentes do ser humano em essência e natureza. Abaixo, estavam os animais, que, obviamente, não podiam se relacionar com o homem em igualdade, por mais belos, amáveis e úteis que fossem. Adão não podia contar com alguém para abrir o coração de igual para igual. Deus supriu essa necessidade ao trazer à vida a mais linda obra da criação, a mulher, amiga e companheira no mesmo nível do homem.
A partir desse contexto, o namoro cristão pode ser visto como o momento para conhecer o outro e avaliar a possibilidade de compartilhar para sempre a vida. A amizade nos expõe e vulnerabiliza ao revelar virtudes e defeitos reais. Portanto, um namoro que valorize a amizade produz os dados necessários para a tomada de decisão sobre a evolução ou não da relação até o casamento.
Namoros movidos prioritariamente pela atração física tendem a ser mais sucetíveis à impureza sexual. Eletrizada pelos hormônios, a paixão impede que um juízo adequado seja formado. Cegados na carnalidade, casais de namorados deixam de perceber incompatibilidades no relacionamento e características negativas dos futuros cônjuges. A intimidade física tira o tempo para conversas profundas e derruba o discernimento. Para piorar, em muitos casos, o constrangimento pela culpa de ter avançado o sinal da intimidade sexual leva muitos jovens a se apressar para o casamento, sem a devida reflexão. Em geral, os resultados são negativos.
Embora a Bíblia não fale nada sobre namoro, é possível perceber em suas páginas que Deus espera que seus filhos aproveitem essa fase para estabelecer amizades puras e úteis tendo em vista o casamento. Para jovens cristãos, namoro é sinônimo de amizade.